O presidente da República Jair Bolsonaro se manifestou nesta segunda-feira (28/10) sobre as eleições na Argentina que elegeu a chapa de centro-esquerda encabeçada por Alberto Fernández e que tem como vice a ex-presidente do país Cristina Kirchner. Em entrevista coletiva nos Emirados Arabes Unidos, ele lamentou a escolha dos Argentinos, disse que não tem “bola de cristão” para prever o futuro mas acredita que a Argentina “escolheu mal” o presidente.

Questionado se cumprimentaria o presidente eleito, Bolsonaro também disse que não mas que não irá se “indispor” e que aguardará qual linha econômica irá adotar. “Não pretendo parabeniza-lo agora não vamos nos indispor. E vamos esperar o tempo para ver qual a posição real deles na política. Porque ele vai assumir, vai tomar pé do que tá acontecendo e vamos ver qual linha que ele vai adotar”, pontuou.

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Bolsonaro também destacou um ato de Fernández ao justificar seu lamento. O presidente eleito na Argentina, publicou uma foto nas redes sociais em que acena um L com os dedos de “Lula Livre” para as redes sociais e pedindo a libertação do ex-presidente brasileiro, preso em Curitiba. “Lamento. Eu não tenho bola de cristal mas eu acho que a Argentina escolheu mal. O primeiro ato do [Alberto] Fernández foi já Lula Livre dizendo que ele tá preso injustamente e já disse a que veio. E sem contar o pessoal de esquerda do Brasil que está lá”, destacou.

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Relação com o Mercosul

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, já chegou a destacar em outras oportunidades que se Macri não fosse eleito, o Brasil poderia até sair do Mercosul. Questionado se a permanência do Brasil estava em cheque, Bolsonaro disse que sim. Até mesmo nas relações comerciais com a Argentina, o presidente brasileiro disse que continua “tudo bem” e que agora é hora de aguardar como será a postura econômica de Fernández quando assumir., “Por enquanto, continua tudo bem. Mercosul… ele [Alberto Fernández] disse há algum tempo que sairia do Mercosul quando esteve visitando o Lula em Curitiba e vamos esperar agora o banho de realidade que ele vai ter. A Argentina não vai bem, ele sabe que não tá indo bem a Argentina, mas, já ouvi falar que muita gente vai tirar os recursos de lá, tirar dinheiro, algumas empresas e isso parece que já está acontecendo”, preocupou-se.

Também rechaçou a saída do Brasil do Mercosul e disse que na realidade, quem deverá sair deverá ser a Argentina. “Se interferir, segundo Paulo Guedes, nós não digo que sairemos do Mercosul. Mas poderemos juntar o Paraguai, não sei o que vai acontecer nas eleições no Uruguai e decidirmos se a Argentina fere alguma cláusula do acordo ou não, se ferir nós podemos afastar a Argentina, mas a gente espera que nada disso seja necessário fazer. A gente espera que a Argentina não queira, na questão comercial, mudar o seu rumo.”

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E concluiu o assunto dizendo que por ora “não tem aceno” com o país vizinho. Conversará com o chanceler brasileiro e o ministro general Augusto Heleno para tomar uma decisão com relação ao assunto. “Por enquanto não tem aceno. Estamos esperando oficial das eleições. Depois eu converso com o Ernesto Araújo, o general Heleno e tomamos uma decisão”, encerrou.

 

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