O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) propôs novamente imunidade para policiais durante entrevista no Jornal Nacional nesta terça (28).
“Se matar 10, 15 ou 20 ele tem que ser condecorado e não processado”, disse o candidato.
Mentor econômico do presidenciável, o economista Paulo Guedes foi um dos temas da entrevista.
Os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos questionaram se o presidenciável não estaria atribuindo poderes demais a Guedes -cotado para ministro da Fazenda em um eventual governo.
“É quase como um casamento. Estou namorando o Paulo Guedes há algum tempo e ele a mim também. Somos separados. Até o momento da separação não pensamos numa mulher reserva para isso. Se isso vier acontecer -por vontade dele ou minha-, paciência. O que eu tenho de Paulo Guedes até o momento é fidelidade e compromisso enormes para com o futuro do Brasil. Acredito nas propostas que ele vai implementar. Se não implementar todas é porque temos um filtro chamado Câmara e Senado”, respondeu o capitão reformado.
O presidenciável disse ainda que se diferencia dos outros políticos por nunca ter ocupado nenhum cargo no governo.
“Nunca recebi dinheiro de empresa nenhuma para campanha. Sempre fiz minha campanha usando o que consegui ao longo do mandato. Eu tenho reconhecimento popular para isso”, afirmou.
Questionado sobre receber auxílio-moradia enquanto possuía imóvel em Brasília, o candidato disse que vive em um “cubículo” em Brasília. “Eu fui para um apartamento novo agora porque precisava. Tinha 70 metros quadrados, tinha despesas também”, afirmou.
SALÁRIOS
O candidato disse ainda que cabe à Justiça resolver a diferença salarial entre homens e mulheres. O presidenciável vem tentando se desfazer da imagem de misógino e se mostrou irritado ao ser questionado sobre o tema.
Bolsonaro repetiu que a equiparação salarial é garantida pela CLT, mesmo quando foi indagado sobre pesquisa do IBGE que aponta que as mulheres recebem, em média, 25% menos que os homens.
O presidenciável interrompeu por diversas vezes a jornalista Renata Vasconcellos e afirmou que ela recebe menos do que William Bonner, ao lado de quem ela apresenta o telejornal.
“Estou vendo uma senhora e um senhor aqui e com toda certeza há uma diferença salarial aqui, parece que é muito maior para ele do que para a senhora”, disse.
“O meu salário não diz respeito a ninguém, mas posso garantir ao senhor como mulher que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu”, respondeu Renata.
Questionado novamente se fará alguma ação para reduzir a desigualdade, o candidato se esquivou. “Por que o Ministério Público do Trabalho não age? Eu não tenho ingerência sobre isso. É só as mulheres denunciarem”, respondeu.