Durante a abertura do Congresso do Aço Brasil 2022, que aconteceu hoje (23), em São Paulo, Bolsonaro falou novamente sobre o assunto da guerra entre Rússia e Ucrânia. O presidente afirmou que não cabe a ele, enquanto mandatário brasileiro, adentrar em discussão sobre qual lado estaria certo no conflito. A afirmação aconteceu após o candidato a reeleição para presidência da república afirmar que recebeu pedido do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, para que o Brasil tivesse “posição firme nas sanções contra a Rússia”.
De acordo com Jair Bolsonaro, sua conduta em conversar com o presidente russo não foi bem vista no Brasil. “Fui massacrado pela mídia, e até mesmo por colegas, quando conversei com o Vladimir Putin [presidente da Rússia]. Tudo que conversei com ele foi resolvido de perto e sem máscara. Putin demonstrou confiança na gente. Inclusive me convidou para conhecer a sala dele, em um gesto de carinho”, afirmou o presidente.
Sua preocupação era em relação a disponibilidade de fertilizantes para os produtores brasileiros, viabilizado graças ao seu encontro com Vladimir Putin, segundo ele, e que os esforços eram voltados para a segurança alimentar do Brasil. “Sem fertilizantes, estaríamos com sérios problemas”, disse. “O mundo está chegando a 8 bilhões de habitantes, e todos sabemos que, com fome, não se faz muita coisa. Devemos nos preocupar com a segurança alimentar brasileira porque, em casa em que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”, ressaltou Bolsonaro.
O presidente ainda pontuou que não vai discutir quem está certo ou errado, e relatou qual foi a conduta ao falar com o presidente da Ucrânia por telefone. “Há poucas semanas, o Zelenskiy me ligou pedindo posição firme do Brasil nas sanções contra a Rússia. Eu disse a ele que, se tivesse poder, não deixaria que a guerra acontecesse. Mas não vou discutir quem está certo ou errado. Sou presidente do Brasil”.
Bolsonaro voltou a argumentar que o Brasil poderá ajudar a Europa, tanto com alimentos, quanto com energia limpa, e que o continente europeu passa por riscos. “Além da onda de calor muito forte, que causa incêndios, eles estão com problemas de segurança alimentar. Nem é inverno ainda, e se fecharem o gás [fornecido pela Rússia], a coisa vai complicar”, completou.
(Com informações de Agência Brasil)