Em tom de advertência, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na noite desta quinta-feira, 30, que os clubes de tiro virarão “bibliotecas” se o seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), for eleito. A declaração foi feita durante a transmissão ao vivo que o chefe do Executivo faz uma vez por semana para divulgar feitos de seu governo.
O presidente comemorava o aumento de 70% – segundo o seu cálculo – do número de lojas de armas desde que ele assumiu o Executivo, em 2019. Depois, falando sobre clubes de tiro, mirou Lula. “Não se esqueçam que o outro cara, o de nove dedos, falou que vai acabar com a questão do armamento no Brasil, tá? Vai recolher as armas, clube de tiro vai virar… vai virar biblioteca. Como se ele fosse algum exemplo para isso”, afirmou.
A “questão do armamento”, como definiu Bolsonaro, é um dos grandes temas da campanha do chefe do Executivo à reeleição. O presidente afirma com frequência que a “população armada não será escravizada” e já defendeu que seus apoiadores peguem em armas para “preservar a democracia”.
O ex-presidente Lula assinou, em 2004, o Estatuto do Desarmamento, que estabeleceu regras mais rígidas para o porte e teve como objetivo reduzir a circulação de armas no País. Desde que chegou ao Executivo, Bolsonaro editou decretos para ampliar e desburocratizar o acesso a armas e munições.
Em entrevista ao apresentador norte-americano Tucker Carlson, divulgada também na noite de quinta-feira, 30, Bolsonaro disse que, se reeleito, vai buscar flexibilizar a legislação sobre armas no Brasil de acordo com o modelo adotado nos Estados Unidos, um dos mais liberais do mundo. (Por Redação, O Estado de S. Paulo/Estadão Conteúdo)