Bolsonaro, PGR Augusto Aras e Moro ao fundo. Imagem: José Cruz/Agência Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro, em um evento nesta quarta-feira (7), disse que acabou com a Operação Lava Jato porque não há corrupção em seu governo. “É um orgulho, uma satisfação que eu tenho de dizer a essa imprensa maravilhosa nossa, que eu não quero acabar com a Lava Jato… Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo”, falou Bolsonaro.
A Operação iniciou seus trabalhos em 2014 para investigar contratos fraudulentos envolvendo a Petrobras e empresas prestadoras de serviço à estatal brasileira. Neste período a Força Tarefa da Lava Jato chegou a prender políticos e empresários famosos, como o ex-presidente Lula (PT), ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, ex-governador Cabral e o empresário Marcelo Odebrecht. Hoje os trabalhos dos procuradores e policiais federais já estão na fase 76.
Sergio Moro, que foi o juiz responsável pelas decisões judiciais da LJ, na Justiça Federal, foi convidado a ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e aceitou, porém pediu demissão em abril deste ano alegando possível interferência de Bolsonaro em seu trabalho à frente da pasta. O ex-magistrado, em sua conta no Twitter, respondeu à fala de Bolsonaro sobre acabar com a operação. “As tentativas de acabar com a Lava Jato representam a volta da corrupção. É o triunfo da velha política e dos esquemas que destroem o Brasil e fragilizam a economia e a democracia. Esse filme é conhecido. Valerá a pena se transformar em uma criatura do pântano pelo poder?”, disse o ex-ministro do governo Bolsonaro Sergio Moro.
Apesar de o presidente Bolsonaro falar em acabar com a LJ, a prerrogativa de fazê-lo é da Procuradoria-Geral da República (PGR), que, ao contrário do que foi falado pelo chefe do Executivo brasileiro, a Força Tarefa da operação continua pelo menos até setembro de 2021, devido à prorrogação feita pela subprocuradora Maria Caetana Cintra dos Santos.
Jair Bolsonaro fez um discurso em sua campanha de apoio à Lava Jato, o então candidato do PSL era dado como um presidente que iria externar todo suporte à operação, ele chegou a dizer em novembro de 2018 que quem era contra a LJ, era contra o Brasil. “os que hoje se colocam contra ou relativizam a Lava Jato, estão também contra o Brasil e os brasileiros. Todo apoio à operação que está tirando o país das mãos dos que estavam destruindo-o!”, disse Jair Bolsonaro.