O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira, 17, durante culto em celebração aos 111 anos da Assembleia de Deus no Brasil, que estar à frente do Executivo “não é fácil”, mas é “missão do Criador”.
“Deus salvou minha vida em 2018 e depois me deu uma eleição. Não é fácil ser presidente da República, mas entendo ser essa uma missão do Criador”, afirmou nesta noite, em Belém (PA), em discurso recheado de referências religiosas, que visa ao eleitorado evangélico.
O presidente ainda pregou que a fé é uma das formas de resolver problemas vividos pelo Brasil atualmente, como a escalada da inflação. A Petrobras anunciou nesta sexta-feira novo reajuste no preço da gasolina e do diesel, mas, ao contrário do que fez durante o dia, Bolsonaro evitou críticas diretas à estatal no culto.
“(As questões) materiais, hoje passamos por um problema que não é sentido no Brasil, é um problema que passamos no mundo todo. A pandemia, as consequências da política do fique em casa, a economia a gente vê depois … Uma guerra a 10 mil quilômetros de distância traz dissabores para todo mundo. O Brasil não ficou fora disso. Aumento dos preços, dos combustíveis … Podemos perder algo material hoje, mas nossa fé, nossa religião, o nosso temor a Deus fará com que recuperemos tudo isso e, mais ainda, pavimente a nossa vida para um futuro eterno”, pregou.
O presidente ainda reafirmou ser favorável a pautas caras aos evangélicos, como a criminalização do aborto, o combate à chamada ideologia de gênero e a defesa da família. “Nosso governo é contra o aborto. Nosso governo defende a família. Nós somos contra a ideologia de gênero. A inocência das crianças em sala de aula tem que ser preservada. Somos contra a liberação das drogas. Nós defendemos a liberdade em nossa pátria, aí incluída a liberdade de culto. Somos livres para escolher nossa religião, professar a nossa fé, respeitamos todos os cidadãos”, elencou.
Com desvantagem em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas eleitorais, Bolsonaro tem participado de uma série de eventos e se aproximado de lideranças do segmento evangélico. A ideia é manter ou ampliar as intenções de voto nesse público, no qual mantém liderança nas pesquisas. De olho nesse movimento, Lula tem feito acenos aos evangélicos. (Por Bruno Luiz e Iander Porcella/Estadão Conteúdo)