O presidente Jair Bolsonaro defendeu em suas redes sociais o desembargador Kassio Nunes, indicado por ele para substituir o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello — que se aposenta em 13 de outubro.
O chefe do Executivo publicou em seu Twitter, neste domingo (4/10), que não é verdade que Nunes teria votado, em julgamento de 2015, a favor do refúgio aqui no Brasil de Cesare Battiste, militante italiano condenado à prisão perpétua em seu país. “O desembargador Kassio Nunes participou do julgamento que tratou exclusivamente de matéria processual e não emitiu nenhuma opinião ou voto sobre a extradição [de Cesare à Itália]”, publicou o presidente.
Bolsonaro foi ainda mais enfático ao negar o envolvimento do juiz no julgamento em questão. “Portanto é mentira que Kassio Nunes teria votado concordando que Battiste permanecesse no Brasil”, disse Bolsonaro.
Após o presidente informar que indicaria Nunes para o STF, alguns de seus apoiadores repudiaram a atitude e o criticaram bastante nas redes sociais. Um desses apoiadores foi o pastor Silas Malafaia, que chegou a ameaçar publicar um vídeo que, segundo ele, seria comprometedor do desembargador Nunes. O líder religioso disse também que o jurista é ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT), à esquerda e não seria, como ele esperava, alguém terrivelmente de direita.
Sem citar Malafia, Bolsonaro respondeu à essa crítica e disse que o pastor estaria inconformado por não ter sido indicado um jurista que Malafaia defendia para o STF. “Lamento as críticas infundadas que inundaram as mídias, em especial de uma autoridade do Rio, que queria, a qualquer custo, que eu indicasse um candidato seu para o Supremo”, completou ele.
Kassio Nunes tem 48 anos de idade e é desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), onde entrou em 2011 por escolha da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).