Jair Bolsonaro (PL) aproveitou sua ida à cerimônia de filiação ao PL do vereador Fernando Holiday, seu ex-adversário político, e do comentarista político Lucas Pavanato, na Câmara Municipal de São Paulo, nesta terça-feira (25), para falar o que pensa. Além do ex-presidente discursar publicamente sobre um “movimento de rua” em defesa dos presos dos atos golpistas pelos crimes de 8 de janeiro e citar as ditaduras brasileiras para defender os que depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, com o intuito de decretar uma intervenção militar, ele também xingou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com discurso, Bolsonaro continua insuflando o que houve em janeiro, como se os manifestantes que destruíram parte dos prédios públicos na época, não precisassem pagar na Justiça pelo crime que cometeram. É o que acontece com qualquer cidadão que depreda patrimônios sejam eles públicos ou não.
A fala do ex-presidente, como muitas, ainda é contraditória, pois o próprio já negou em entrevistas e depoimentos à Polícia Federal que não tem qualquer envolvimento com os episódios ou que o defendeu.
“A imprensa vira e mexe me pergunta se eu tenho medo de ser preso. Qualquer um, hoje em dia, pode ser preso hoje em dia por nada, por nada! Ainda temos 250 pessoas presas em Brasília. Falam em ditadura Vargas, em ditadura Vargas. Pegue esses períodos todos e veja quantos presos estiveram lá. Menos da metade tivemos presos em um só dia em Brasília [no 8 de janeiro]”, disse Bolsonaro em vídeo divulgado pelo Metrópoles.
Por fim, o ex-presidente não deixou de citar Lula, como faz quase sempre que tem oportunidade. Na ocasião, ele insinuou que o atual chefe do Executivo teve apoio internacional para que conseguisse voltar à presidência da República pela terceira vez. “A quem interessa, levem-se em conta alguns países europeus, países mais ao Norte, interessa eu ou um entreguista na presidência da República? Um analfabeto? Um jumento, porque não dizer assim?”, declarou Bolsonaro.
No evento desta terça, em SP, também esteve presente o presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto, além de outros caciques do partido. Muitos deles, claro, aplaudiram as falas de Bolsonaro, inclusive Fernando Holiday, que apoiava o ex-presidente, se tornou opositor, fez inúmeras críticas e, agora, retorna como apoiador do ex-mandatário.
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