O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), escolheu o colombiano naturalizado brasileiro Ricardo Vélez Rodriguez para o Ministério da Educação. O anúncio foi feito por ele pelas redes sociais.
“Gostaria de comunicar a todos a indicação de Ricardo Velez Rodriguez, filósofo autor de mais de 30 obras, atualmente professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, para o cargo de Ministro da Educação”, disse Bolsonaro.
“Velez é professor de filosofia, mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho, pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron, Paris, com ampla experiência docente e gestora”, afirmou o presidente eleito.
Rodriguez foi chamado às pressas de Juiz de Fora (MG) para conversar com Bolsonaro após reação de evangélicos ao vazamento, na quarta (21), de que Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, havia aceito convite de Bolsonaro.
Durante o dia, Bolsonaro afirmou que o procurador Guilherme Schelb era um dos cotados para a vaga. Eles chegaram a se reunir na Granja do Torto nesta quinta, criando expectativa de que seria anunciado.
Indicado como ministro da Educação, Rodriguez é formado em filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana e em teologia pelo Seminário Conciliar de Bogotá. Hoje é professor associado da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).
Ele é autor de livros como “A Grande Mentira – Lula e o Patrimonialismo Petista” (Vide Editorial). A sinopse do título diz: “O PT conseguiu potencializar as raízes da violência, que já estavam presentes na formação patrimonialista do nosso Estado e que se reforçaram com o narcotráfico, mediante a disseminação ao longo dos últimos treze anos, de uma perniciosa ideologia que já vinha inspirando a ação política do Partido dos Trabalhadores: a ‘revolução cultural gramsciana'”.
De acordo com o artigo 87 da Constituição, que dispõe sobre a escolha dos nomes para o primeiro escalão do Executivo federal, “os ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de 21 anos e no exercício dos direitos políticos”.
Por brasileiros entende-se tanto os natos como os naturalizados. Somente o Ministério da Defesa requer que o titular seja nascido no Brasil. Rodriguez é naturalizado brasileiro.
Os cargos que precisam ser ocupados exclusivamente por brasileiros natos são o de presidente e vice-residente da República, de presidente da Câmara e do Senado, de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), de diplomata e de oficial das Forças Armadas.
ENTRAVE
O anúncio do novo ministro da Educação ocorre um dia após a reação da bancada evangélica à indicação do educador Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna. Mozart é tido como moderado entre funcionários do ministério, mas para os evangélicos não seria alinhado com o Escola sem Partido, bandeira de campanha de Bolsonaro.
Nesta quinta, uma reunião entre Mozart e o presidente eleito foi cancelada. Com a pressão por uma desistência do educador, o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez havia sido chamado às pressas de Juiz de Fora (MG) para conversar com Bolsonaro. O nome do professor já circulava entre os cotados para o Ministério da Educação.
Durante o dia, Bolsonaro havia se reunido com o procurador Guilherme Schelb, que também é evangélico. Ligado ao pastor Silas Malafaia, a possível indicação de Schelb havia agradado à bancada evangélica. (Talita Fernandes, Brasília, Folhapress)