O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou nesta terça-feira (13), nas redes sociais, o general da reserva Fernando Azevedo e Silva como futuro ministro da Defesa. O militar, que ajudou na formulação de propostas para a campanha do capitão reformado, atualmente assessora a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), chefiada pelo ministro Dias Toffoli.
Ex-chefe do Estado-Maior do Exército, ele esteve à frente da Autoridade Pública Olímpica durante o governo de Dilma Rousseff (PT) e era considerado próximo do então ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante (PT).
Neste ano, Azevedo e Silva deixou o Alto Comando do Exército para auxiliar Toffoli, por sugestão do comandante do Exército, general Villas Bôas. Além das funções no STF, o general também auxiliaria o ministro no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em análises e políticas de segurança pública.
Inicialmente, Bolsonaro anunciou que a pasta seria comandada pelo general da reserva Augusto Heleno, que acabou sendo nomeado para o GSI (Gabinete de Segurança Institucional). A mudança se deu por uma disputa interna por espaço e por um temor da ala militar do futuro governo de que civis ocupassem o GSI.
Nos bastidores da transição, aliados começaram a estudar a possibilidade de que o ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno assumisse o gabinete, tradicionalmente comandado por integrantes das Forças Armadas. Com a alteração, o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão (PRTB), disse que Bolsonaro deveria indicar alguém da Marinha para a Defesa. O próprio Heleno afirmou que escolher alguém da Aeronáutica ou Marinha traria mais equilíbrio ao futuro governo.
O desejo, contudo, não se concretizou. Segundo aliados de Bolsonaro, a escolha de Azevedo e Silva faz parte também de uma tentativa de aproximação com Toffoli após o deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito, ter afirmado que bastava “um cabo e um soldado para fechar o STF”.
Azevedo e Silva já é o terceiro militar anunciado por Bolsonaro para compor seus ministérios. Além de Heleno, ele indicou o tenente-coronel Marcos Pontes, astronauta brasileiro, para comandar Ciência e Tecnologia.
Azevedo e Silva é da turma anterior à do presidente eleito na academia de formação de oficiais. Eles serviram juntos na Brigada Paraquedista. (Folhapress)
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