Sem a referência dos mercados americanos, a Bolsa brasileira conseguiu terminar a sessão desta segunda-feira (19) em terreno positivo com a ajuda das ações da Petrobras e da Vale. O dólar encerrou o dia em alta, cotado a R$ 3,23.
O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, subiu 0,32%, para 84.792 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 13,3 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 7,1 bilhões. Em fevereiro, a média diária está em R$ 13,12 bilhões.
O dólar comercial subiu 0,43%, para R$ 3,236. O dólar à vista, que fecha mais cedo, se valorizou 0,73%, para R$ 3,233.
O dia foi de liquidez reduzida em virtude do feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos, que deixou as Bolsas americanas fechadas.
No Brasil, o dia foi de agenda fraca. Mais cedo, o Banco Central divulgou seu indicador de atividade econômica, que cresceu 1,04% em 2017, acima do esperado por analistas. O desempenho reforça a avaliação de que a economia brasileira se recuperou no ano passado, após cair 3,5% em 2016 e em 2015.
“O IBC-Br segurou bem o mercado, em um dia sem liquidez e sem referencial”, afirma Pedro Galdi, analista-chefe da Magliano Corretora.
As incertezas que envolvem a votação da reforma da Previdência também estiveram no radar dos investidores nesta segunda. A intervenção federal no Rio de Janeiro impede que sejam feitas mudanças na Constituição Federal, como aconteceria caso a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) fosse aprovada.
O presidente Michel Temer havia indicado, na semana passado, que o decreto que nomeou um interventor será interrompido para a tramitação das mudanças nas aposentadorias, mas não deu um prazo para que isso ocorra.
Nesta segunda, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou que não faz sentido ter feito uma intervenção federal se for para extingui-la com o objetivo de votar a reforma.
“Não conseguimos dimensionar a percepção do mercado sobre a possibilidade de postergar por mais tempo a reforma por causa da intervenção. A intervenção abre o caminho para tirar de pauta a reforma”, diz Bruno Foresti, gerente de câmbio do banco Ourinvest.
Das 64 ações que fazem parte do Ibovespa, 36 subiram, 27 caíram e uma fechou estável.
A maior alta foi registrada pelas ações da Gerdau, que avançaram 5,02%. A Magazine Luiza subiu 4,64% e a Metalúrgica Gerdau fechou com valorização de 4,44%.
A BB Seguridade liderou as baixas do índice, com desvalorização de 4,63%. A empresa divulgou queda de 12,5% no lucro em relação ao ano anterior, para R$ 941 milhões.
A Tim recuou 2,13%, e a Iguatemi perdeu 1,77%.
As ações da Petrobras e da Vale impediram a Bolsa brasileira de encerrar o dia em território negativo.
Os papéis preferenciais da estatal subiram 3,24%, para R$ 20,05. As ações ordinárias avançaram 2,80%, para R$ 21,30.
Os preços do petróleo subiram nesta segunda-feira e atingiram máximas em quase duas semanas, sustentados por uma recuperação no mercado global de ações e também por tensões no Oriente Médio, embora preocupações com o aumento de produção nos Estados Unidos ainda limitem os ganhos.
Nesta segunda, a Petrobras mudou a forma de divulgação dos preços dos combustíveis. A partir de agora, em vez dos percentuais de reajustes diários, a empresa divulga os preços da gasolina e do diesel em reais por litro.
A Petrobras também informou na última sexta que vendeu 24 milhões de ações do grupo do setor de açúcar e etanol São Martinho, obtendo R$ 444,2 milhões com o negócio.
A mineradora Vale avançou 0,91%, para R$ 46,45, com alta dos preços do minério de ferro.
No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco recuaram 0,79%. As ações preferenciais do Bradesco caíram 0,49%, e as ordinárias perderam 0,16%. O Banco do Brasil se desvalorizou teve baixa de 1,66%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil se desvalorizaram 0,14%.
O dólar ganhou força ante 19 das 31 principais moedas do mundo -em relação a quatro delas, ficou estável.
Nesta sessão, o Banco Central vendeu a oferta de até 9.500 contratos de swap cambial tradicional (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro). A autoridade monetária rola os contratos com vencimento em março. Até agora, já rolou US$ 3,325 bilhões dos US$ 6,154 bilhões que vencem no mês que vem.
O CDS (credit default swap, termômetro de risco-país) do Brasil recuou 0,70%, para 152,2 pontos. Foi o sexto dia de queda do CDS.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram queda. O contrato com vencimento em abril de 2018 recuou de 6,617% para 6,613%. Já o contrato para janeiro de 2019 caiu de 6,620% para 6,590%. (Folhapress)
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