A Bolsa brasileira sustentou a terceira alta consecutiva e testou o patamar de 75 mil pontos nesta quarta (13), amparada pela valorização das ações da Petrobras e do setor bancário e com os investidores digerindo a notícia da prisão de Wesley Batista, da JBS. O dólar avançou também pelo terceiro pregão.
O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, teve alta de 0,33%, para 74.787 pontos. O volume negociado foi de R$ 11,4 bilhões, acima da média diária do ano, de R$ 8,14 bilhões. O dia foi de vencimento de opções sobre o índice, que aumenta o giro financeiro.
O dólar comercial se valorizou 0,31%, para R$ 3,139. O dólar à vista, que fecha mais cedo, avançou 0,78%, para R$ 3,140.
A Bolsa chegou a ser negociada a 75.146 pontos antes de perder força sob o peso das ações da Vale.
O otimismo do mercado com a economia brasileira tem sustentado os recordes seguidos do mercado acionário nesta semana. Dados de varejo melhores que o esperado e a trajetória de queda da taxa básica de juros alimentam as expectativas positivas dos investidores e atraem um fluxo de capital para a Bolsa.
Nesta quarta, porém, o setor de serviços decepcionou e registrou a primeira queda após três meses de alta. Foi o pior resultado para o mês de julho desde que a série foi iniciada, em 2012, mas não foi o suficiente para afetar a Bolsa brasileira.
“Há uma pressão de compra e os vendedores não pareceram dispostos ainda a empurrar o mercado para baixo. Hoje, o setor de consumo puxou para cima, provavelmente ainda assimilando o dado recente que saiu de que o nosso crescimento do PIB está mais atrelado ao consumo no momento”, afirma Alexandre Wolwacz, sócio-fundador do Grupo L&S.
“Não há motivo maior para as pessoas pensarem em vender, e o mercado entra nesse embalo. Mas essa alta íngreme dos últimos dias não costumam durar muito tempo, não sustentáveis. Então deve ter um movimento de correção mais intenso”, afirma.
Nesta quarta, o mercado digeriu informações sobre a prisão do empresário Wesley Batista, sócio do grupo JBS. As ações fecharam em alta de 2,35%, mas analistas avaliam que é arriscado considerar que o mercado reagiu positivamente à notícia.
“A JBS está sendo negociada a R$ 8,27, e no começo do ano era negociada acima de R$ 11. É difícil olhar para fundamento de uma empresa que cai 27% no ano, mas que sobe quase 40% desde a mínima, em maio”, diz Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos.
“É uma ação bastante volátil e é difícil pensar no longo prazo em uma empresa mergulhada nesse turbilhão, que está se desfazendo de ativos e que tem um acordo de delação de dois executivos sendo revisado”, afirma.
As ações da Petrobras fecharam o dia em alta, acompanhando a valorização do petróleo depois que os estoques nos Estados Unidos registraram queda recorde. Os papéis mais negociados da estatal subiram 1,08%, para R$ 15,03. As ações ordinárias fecharam com valorização de 1,82%, para R$ 15,68.
Os papéis da mineradora Vale encerraram o dia com desvalorização, apesar da alta de 0,25% dos preços do minério de ferro nesta sessão. Os papéis ordinários da empresa caíram 1,39%, para R$ 34,77. As ações preferenciais tiveram baixa de 1,85%, para R$ 31,80.
No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco subiram 0,70%. As ações preferenciais do Bradesco ganharam 0,43%, e as ordinárias subiram 0,95%. O Banco do Brasil se valorizaram 0,63%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil ganharam 0,07%.
A valorização do dólar acompanhou o exterior nesta sessão. Das 31 principais moedas, 27 perderam força em relação à divisa americana nesta quarta.
“Hoje claramente seguiu o exterior, com o anúncio do governo americano de que vai fazer uma reforma tributária e enviar ao congresso na semana que vem”, afirma Carlos Pedroso, economista sênior do Mitsubishi UFJ Financial Group no Brasil.
Os investidores aguardam ainda a sinalização do Banco Central envolvendo a rolagem dos contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) de outubro. O BC tem cerca de US$ 10 bilhões para rolar.
“Saíram notícias do Ilan [Goldfajn, presidente do BC] falando que o nível atual do estoque de swaps é confortável e que isso permite flexibilidade”, afirmou Pedroso.
O CDS (credit default swap) do país recuou 0,96%, para 181,6 pontos.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram queda nesta sessão. A taxa para janeiro de 2018 recuou de 7,645% para 7,620%. O contrato para janeiro de 2019 saiu de 7,640% para 7,610%. (Folhapress)