O Ibovespa, o principal índice da Bolsa, iniciou a sessão em baixa, repercutindo a cautela com o cenário político, mas inverteu o sinal e ganhava há pouco cerca de 1%.
A preocupação inicial dos investidores era com o andamento das votações do ajuste fiscal no Congresso após o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ter sido afastado do cargo por liminar concedida pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello.
Entretanto, a avaliação no mercado passou a ser de que o sucessor de Renan, Jorge Viana (PT-AC), sozinho, não teria como barrar a votação em segundo turno da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que limita os gastos públicos. A votação da medida está marcada para o próximo dia 13.
“Há um acordo entre líderes para a votação da matéria, fundamental para o futuro do país, na próxima semana. Resta aguardar se este acordo será mesmo cumprido”, escreve José Raymundo Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, em relatório.
O Ibovespa subia há pouco 0,99%, aos 60.425 pontos. Apesar da queda de mais de 2% do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobras tinham alta de 1,27% (PN) e 0,55% (ON). Os investidores reagem à notícia de que a estatal decidiu reajustar os preços da gasolina e do diesel nas refinarias.
Mas a maior alta do Ibovespa é das ações ordinárias da JBS, que ganhavam 18,21%, a R$ 10,97.
A gigante do setor de alimentos anunciou nesta segunda-feira (5) uma revisão em seus planos de reorganização, prevendo um pedido de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos em 2017 de uma subsidiária na Holanda que vai concentrar todas as suas operações internacionais e da Seara, mantendo a sede do grupo no Brasil.
O dólar à vista subia 0,22%, a R$ 3,4338, e o dólar comercial ganhava 0,14%, a R$ 3,4350, refletindo a cautela com o cenário político. No exterior, a moeda americana tem comportamento misto.
A alta do dólar era limitada pela atuação do Banco Central, que fez pela manhã a rolagem de mais 15 mil contratos de swap cambial tradicional que vencem em janeiro. A operação equivale à venda futura de dólares, e somou US$ 750 milhões.
O mercado de juros futuros opera em queda, refletindo a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. O documento, divulgado nesta terça-feira, reforçou as apostas de um corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros em janeiro ao destacar o ritmo fraco da economia.
O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 0,83%, aos 307,442 pontos.
Folhapress