A Bolsa brasileira conseguiu recuperar parte das perdas das duas sessões anteriores e fechou em alta nesta terça (10), com impulso das ações da Petrobras e do setor bancário. O dólar terminou praticamente estável, cotado a R$ 3,18, em linha com a desvalorização sofrida no exterior.
O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, teve alta de 1,55%, para 76.897 pontos.
O dólar comercial caiu 0,06%, para R$ 3,185. O dólar à vista se desvalorizou 0,30%, para R$ 3,177.
Alguns fatores contribuíram para o otimismo que se refletiu no aumento do apetite por risco dos investidores nesta sessão. Um deles veio do exterior, após o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisar as perspectivas para o crescimento global e do Brasil.
Para o Brasil, o crescimento foi revisado de 0,3% em julho para 0,7% neste relatório. Para 2018, também houve um leve crescimento em relação aos dados divulgados em julho, de 1,3% para 1,5%.
O Fundo também se mostra otimista com o ritmo “mais rápido” da recuperação global e prevê crescimento de 3,6% para este ano e de 3,7% para 2018 -ambos foram elevados em 0,1 ponto percentual em relação às previsões anteriores.
Também nesta terça, a Moody’s afirmou que uma equipe da agência de classificação de risco vai visitar o país no começo do próximo ano.
“Ao jogar uma nova visita só para o primeiro trimestre de 2018, a equipe econômica ganha mais tempo neste final de ano para tocar a reforma da Previdência. A Moody’s deu mais tempo para a equipe econômica trabalhar”, avalia Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.
A Moody’s indicou ainda que terá mais facilidade para decidir sobre o rating do Brasil se o país não aprovar uma reforma da Previdência até o início de 2018. O país atualmente tem nota Ba2 na Moody’s, com perspectiva negativa, o que indica que pode haver rebaixamento.
A Petrobras contribuiu para o impulso verificado na Bolsa nesta terça. Esse otimismo foi ancorado no aumento dos preços do petróleo, com a perspectiva de cortes nas exportações da Arábia Saudita em novembro e por comentários de que o mercado está se reequilibrando após anos de oferta excessiva.
O barril do petróleo Brent, de Londres, subiu 1,38%, para US$ 56,56. O barril do WTI, dos EUA, avançou 2,72%, para US$ 50,93.
As ações preferenciais da estatal subiram 1,89%, para R$ 16,19. Os papéis ordinários tiveram valorização de 1,46%.
O otimismo também contagiou o setor bancário. As ações do Itaú Unibanco avançaram 2,49%. Os papéis preferenciais do Bradesco se valorizaram 2,12%, e os ordinários ganharam 1,17%. O Banco do Brasil teve alta de 2,13%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil tiveram valorização de 3,81%.
As ações de siderúrgicas lideraram os ganhos nesta sessão. Os papéis da Metalúrgica Gerdau subiram 5,40%. As ações da Gerdau avançaram 4,21%. A Usiminas teve alta de 2,94%, e a CSN subiu 1,01%.
Os preços do minério de ferro recuaram no exterior, e puxaram para baixo as ações da Vale. Os papéis ordinários recuaram 0,57%, para R$ 31,32. As ações preferenciais se desvalorizaram 0,52%, para R$ 28,80.
Das 59 ações do Ibovespa, 52 subiram e sete fecharam em baixa nesta terça.
No mercado cambial, o dólar perdeu força ante 28 das 31 principais moedas do mundo.
Os investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião do Fomc (comitê de política monetária do Fed, o banco central americano), nesta quarta. Eles esperam alguma sinalização de que o Fed subirá pela terceira vez os juros nos EUA neste ano.
O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) subiu pelo terceiro dia. A alta foi de 0,18%, para 186,8 pontos.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam em baixa. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,435% para 7,418%. A taxa para janeiro de 2019 teve baixa de 7,350% para 7,310%. (Folhapress)