O Boletim Focus de 2023, divulgado pelo Banco Central (BC) na última terça-feira (26), indicou queda na projeção da inflação para 2024. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é a mais baixa dos últimos quatro anos, caindo de 4,49% para 3,91%.
O Boletim Focus reúne a projeção de cerca de 100 instituições do mercado para os principais indicadores econômicos do país. O relatório resume estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à divulgação. Traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções feitas pelo mercado para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores.
Neste ano, a inflação deve voltar ao intervalo definido pela meta do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,25%, com tolerância de até 4,75% (margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos). O BC apontou que há apenas 17% de possibilidade de descumprimento da meta em 2023. Em setembro, a probabilidade era de 67%.
Além da queda na inflação, o boletim também assinalou a revisão para baixo em relação às expectativas de câmbio e a primeira queda da Selic de 2024. Para o dólar, o relatório indicou expectativa de redução para 2023, 2025 e 2026: respectivamente, R$ 4,90 (R$ 4,93 no anterior), R$ 5,05 (antes era R$ 5,08) e R$ 5,10 (R$ 5,11). Para 2024 a projeção se manteve em R$ 5,00. Para a taxa Selic de 2024, o mercado voltou a projetar que termine em 9%, depois de ficar o último trimestre em 9,25%.
Por fim, na avaliação do Banco Central, o ambiente externo segue volátil. Com movimentos expressivos das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, primeiramente subindo e mais recentemente recuando e com os núcleos de inflação permanecendo em níveis elevados em diversos países.
A partir disto, o BC avalia que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. A conclusão é que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.