Circulam pela internet, principalmente pelo aplicativo WhatsApp, áudios de pessoas falando que haverá chacinas em Goiânia após a morte de Thiago César de Souza, conhecido como Thiago Topete.
“Mataram o Thiago Topete e mataram o ‘comando da ala A’. O povo ligou aqui para mim e falou que quem morar no Cidade Jardim, Bairro Goiá, Vera Cruz, Novo Horizonte, na região do Bandeiras, é para ficar todo mundo quieto dentro de casa, entocado, porque os meninos vão sair pra rua fazendo é chacina agora. Os meninos mandou tomar cuidado com bala perdida”, diz uma mulher.
Em outro áudio, um homem também sugere que haverá mais mortes em Goiânia.
“João Braz, Vera Cruz, Solange [Park], Bairro Goiá, Carolina Park, Lorena [Park], Jardim das Oliveiras, quem morar para esse lado, vai embora, fica na rua casinha porque meu ‘brother’ aqui conseguiu me ligar. O ‘trem’ vai ficar louco. Vai ter rajada de bala para tudo quanto é lugar. Quem tiver em terminal, perto do Goiânia Viva, ‘vaza fora’, que hoje o bicho vai pegar. Já ‘tá’ pegando”, diz um homem.
Após os boatos, feirantes da Vila União desmontaram as barracas, que já estão prontas para o comércio, e foram embora. Lojistas e demais comerciantes também fecharam seus estabelecimentos e seguiram rumo às suas casas.
De acordo com uma moradora do setor Vila União que não quis ser identificada, até a Faculdade Delta liberou os funcionários mais cedo. O Diário de Goiás conseguiu contato com a Faculdade e a atendente disse que as aulas serão ministradas normalmente, mas deixou claro que “não sabemos o que vai acontecer e se o aluno não quiser vir à aula, não podemos obrigar”.
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De acordo com o porta-voz da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO), tenente-coronel Ricardo Mendes, as forças policiais estão atentas aos boatos e às possibilidades de acontecer algo com a população. Segundo Ricardo Mendes, o policiamento ostensivo será intensificado.
“A Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública está atenta a todas essas situações. É claro que nosso policiamento diante dessas suposições já são reforçadas, mas é interessante que tudo isso tranquilize a população, que a princípio são boatos de redes sociais, e nós iremos tratar com muito respeito essa situação. Podem ter certeza absoluta que todo o nosso sistema operacional hoje está voltado a atenção a essas possibilidades”, afirmou.
Há anos Thiago Topete é notícia na imprensa goiana. Inicialmente, dois grupos traficavam drogas de forma “pacífica” em uma mesma área. No entanto, um desentendimento por uma arma de fogo resultou em uma morte. Nesse momento, chacinas iniciaram entre as duas gangues.
“A partir do momento dessa cisão, eles começaram, primeiro, a lutar por determinados pontos de venda de drogas e, depois, podemos ver [durante as investigações] que os homicídios se tornam pessoais. Ou seja, já não era sequer pelos pontos de drogas e, sim, tentando eliminar a organização contrária”, informou a delegada adjunta da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), Miriam Vidal, em dezembro de 2015 durante apresentação de inquéritos relativos aos crimes praticados pelas quadrilhas comandadas Thiago Topete e a rival, por Iterley Martins Souza, conhecido como Magrelo.
Uma confusão na Penitenciária Odenir Guimarães, localizada em Aparecida de Goiânia, resultou na morte de pelo menos cinco detentos e ferimento de outros 35. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) e Polícia Militar. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP-GO), a briga começou com uma “desavença entre presos de alas separadas, o que resultou na morte do detento Thiago César de Souza, conhecido como Thiago Topete, que cumpria pena por tráfico de drogas e associação ao tráfico”, diz nota.