A partir desta terça-feira (3), o consumidor pode exigir preços iguais nos ingressos de casas noturnas ou qualquer outro evento. As boates e bares de Goiânia, que trabalhavam com o valor de ingressos diferentes para homens e mulheres, terão que se adaptar, pois caso a regra seja descumprida estarão sujeitos a uma multa. Os estabelecimentos tem um prazo de até 30 dias para se adequar à nova norma.
É o caso a casa noturna Diáblo, em Goiânia, que informou se adequar a decisão da Justiça. A partir dessa semana, os ingressos serão cobrados igualmente para todos os gêneros. Para não ter prejuízos ou diminuir nenhum dos públicos, as entradas serão vendias através de nomes na lista da festa. Dessa maneira, segundo o proprietário da casa, Cristiano, as entradas serão igualitária tanto para homens quando para mulheres.
A partir de agora, homens e mulheres interessados em participar do evento, colocarão seus nomes em uma lista para a entrada da festa e pagarão um valor fixo a partir de determinado horário. De acordo com Cristiano, a regra da igualdade já teria sido aplicada, no entanto, houve muita reclamação do público feminino. “As mulheres reclamaram muito e teve uma queda. Tínhamos um público de 60% de mulheres e 40% de homens. Quando mudamos a didática, frequentavam a casa 80% homens e 20% mulheres”. Cristiano ainda esclarece que já estava tentando igualar o preço a pelo menos dois meses.
A casa noturna Sedna Loude, informou que está pronta para cumprir com a lei e aguarda uma posição e orientação da justiça. Segundo um dos sócios da casa, Renato Mex, o público feminino também deve ser ouvido antes que uma decisão final seja tomada. Para Renato, a boate não terá nenhum prejuízo se igualar os preços, no entanto, alega que as mulheres gastam mais que homens para ir em um evento. “Temos que olhar por esse lado também. As mulheres gastam comprando roupas, pagando maquiagem e vão para o salão antes de ir em uma festa. Temos que levar em conta esse lado, mas a lei tem que ser para todo mundo”, acrescenta.
Algumas boates de Goiânia, alternativas e direcionas ao público LGBTQ, como a El Club, Roxy e The Pub, Metrópolis Retrô, Retetê, entre outras, nunca trabalharam com preços diferentes independente do gênero. Segundo as casas, essa política é indevida e jamais seriam aplicadas nos seus eventos. A casa noturna Santafé Hall, foi procurada pelo Diário de Goiás, no entanto, informou que não irá se pronunciar sobre o caso. Os demais locais, não atenderam aos telefonemas.
Entenda o caso
Após uma ação movida por um estudante de direito, Roberto Casali Junior, de 21 anos, de Brasília, contra a produtora de um show na capital federal, depois de constatar a diferença no preço dos ingressos de homens e mulheres, o Ministério da Justiça decidiu proibir a cobrança de valor diferente para homens e mulheres, em boates, festas e shows. A decisão fez com que a Secretária Nacional do Consumidor (Senacon), órgão subordinado ao Ministério da Justiça, publicasse nesta terça-feira (3) uma orientação para bares, restaurantes e casas noturnas vetando a cobrança em eventos, festas e shows para gêneros diferentes.
O jovem entrou na justiça após se revoltar com o valor do ingresso diferentes para os gêneros em um evento Na Praia, em Brasília. Segundo ele, o valor da meia para homem era cobrado R$ 220,00 e para a mulher R$ 170,00, sendo que era o mesmo produto, o mesmo lugar e no mesmo evento. Roberto alegou que perante a lei, homens e mulheres são iguais o que não justificaria a discrepância nos preços.