Em entrevista concedida ao jornal O Popular nesta segunda-feira (28/09) o governador do Estado, Ronaldo Caiado (DEM) falou sobre o possível retorno às aulas em meio a pandemia e pediu um tempo para o desenvolvimento da vacina, que está muito próximo de ser disponibilizada. Também comentou sobre o cenário político em Goiânia com as eleições municipais iniciando oficialmente neste domingo (27/09) e o seu apoio à um político que até poucos dias era um de seus principais opositores.
O senador Vanderlan Cardoso (PSD) entrou no cenário político após o anúncio de aposentadoria do atual prefeito Iris Rezende (MDB). Nas costuras de alianças, recebeu a benção do Governo Estadual e do DEM. Caiado ressaltou que o seu apoio se deu ao fato de ser humilde. “Em relação ao Vanderlan, eu tive a humildade”, pontuou explicando que não quis impor candidaturas. “Existia à máxima que o governador tem o seu partido e o seu partido tem de ser universal no Estado. Na minha própria cidade eu tô apoiando um candidato do PP, em Goiânia eu tô apoiando um candidato do PSD.”
E por fim destacou que o bom relacionamento que Vanderlan tem junto ao governo federal e ao corpo ministerial da cúpula governista, além de seu perfil como gestor foram fundamentais para a escolha do apoio. “O candidato hoje que tem um livre trânsito com o governo federal, livre trânsito com todos os ministros hoje indiscutivelmente é o Vanderlan. Tem uma visão de executivo também muito forte. E se coloca como candidato tendo uma base de apoio muito grande daqueles que também me apoiaram. Eu sempre quero manter essa minha coerência na vida pública”, explicou.
Audiência com Maguito e carinho por Iris
Na entrevista, Caiado confirmou que marcará uma audiência para receber o candidato do MDB, Maguito Vilela. “Em primeiro lugar, veja, Maguito me solicitou uma audiência na sexta-feira a tarde e coincidiu com o meu aniversário. No fim do dia eu acabei recebendo meus filhos e estávamos num ambiente que não fazia sentido em realizar uma audiência de um curto tempo com um candidato a prefeitura de Goiânia. A minha assessoria está marcando com a assessoria dele. Vou recebê-lo, tranquilamente”, salientou.
Sobre Iris Rezende, Caiado destacou que ficou surpreso com sua aposentadoria. “Não acreditei. Eu só acreditei mesmo depois de muito tempo, ele falando comigo, ai eu vi que ele não iria mudar e até assustei”, pontuou.
Caiado também não deixou de destacar seu apreço por Iris e ressaltar sua história e amor pela capital goianiense. “Eu tenho um carinho pelo Iris, de longa a data. Uma admiração, é um homem que tem espírito público. Ele é apaixonado pela cidade de Goiânia. Ele se emociona ao falar de Goiânia como sendo o grande alavancar da vida dele política. E ele faz isso de coração. Você já deve ter andado com ele em Goiânia. Ele conhece rua por rua, bairro por bairro. Ele tem uma história e a cidade na cabeça”, destacou.
Retorno às aulas
Caiado ponderou paciência no retorno às aulas. Segundo ele, a população também considera esse o caminho. “No estado de Goiás mais de 80% pretende com que haja um alongamento do período [sem aulas] para que só ano que vem volte o período das aulas. Datafolha lançou uma pesquisa com 75%. A ampla maioria não quer o retorno as aulas de imediato.”
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O governador explicou que este não é um assunto que se trata a criança isoladamente. Há todo um contexto comunitário em volta. Até porque a criança tem um poder de resistência muito maior que uma pessoa idosa. Tampouco, quando contaminada, avança à um quadro mais grave. “Mas ao mesmo tempo o poder de contaminação dessa criança é um espectro bem maior. E estamos lidando com professores e professoras – um percentual grande dentro de uma faixa de risco – os familiares, as pessoas que elas convivem”, salientou.
O retorno às aulas pode significar um possível aumento no contágio, mas Caiado ponderou que as vacinas já estão em estágio avançado de desenvolvimento. “É uma realidade que temos e é algo que está por vir num curto espaço de tempo”, afirmou. “Então, porque não alongarmos esse período já que uma previsão existe do final para o começo do ano poderiamos ter algo que poderia atingir e imunizar os grupos de risco e também as crianças, para retomarmos as atividades com mais tranquilidade?” indagou.
O democrata concluiu dizendo que não dá para liberar tudo quando se tem 84% dos leitos ocupados.