O diretor financeiro do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas, afirmou nesta segunda (21) que o BNDES tem “boa vontade” para devolver ao governo recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), mas que ainda não há um prazo para a devolução.
“É natural que, em um momento de incerteza fiscal, o governo queira discutir com as instituições para que tentem contribuir com o ajuste”, afirmou Freitas, em entrevista durante seminário sobre finanças e sustentabilidade no banco.
De acordo com o jornal “O Globo”, o governo espera receber do BNDES R$ 4,7 bilhões para ajudar a cobrir o deficit do FAT.
O banco recebe automaticamente 40% da arrecadação do fundo, parcela chamada de FAT Constitucional. Além disso, recebe depósitos especiais para aplicação em programas específicos.
No primeiro semestre, as transferências de recursos do FAT ao BNDES somaram R$ 3,8 bilhões, dos quais R$ 3,6 bilhões referem-se ao FAT Constitucional.
No dia 30 de junho, o saldo acumulado de recursos do FAT no banco era de R$ 240,8 bilhões.
Freitas disse que antes de definir valores para a devolução, é preciso criar instrumentos legais para o processo. Além disso, afirmou, pode ser necessária uma auditoria dos valores pela AGU (Advocacia Geral da União).
Ele defendeu ainda que os processos de devolução de recursos têm que estar alinhados com o fluxo de caixa futuro do BNDES, para que não falte dinheiro para emprestar ao mercado em caso de retomada da economia.
“À medida em que a economia dá sinais mais favoráveis, a tendência é aumentar a demanda (por empréstimos)”, argumentou.
O banco prepara uma volta ao mercado internacional de crédito, como parte de estratégia para reduzir sua dependência de recursos públicos.
“É óbvio ululante que o BNDES tem que se preparar para um futuro com menor dependência do Tesouro.” (Folhapress)