Dom José Ronaldo, bispo de Formosa (GO), investigado por suspeita de desvio do dízimo de fieis, apelou para o papa Francisco, na tentativa de provar inocência. Segundo informações do Correio Braziliense, Jorge Mario Bergoglio – nome civil de Francisco – está entre as 31 testemunhas arroladas pela defesa para prestar depoimento. Inclusiva com o endereço do Vaticano, na Itália.
Vários representantes da Arquidiocese de Brasília também estão na lista de testemunhas, além de membros da Cúria Romana no Vaticano, que chegaram a visita-lo enquanto estava preso.
A Igreja Católica tem apoiada Dom José Ronaldo desde que ele foi solto. Na última semana, o bispo emérito de Brasília, João Evangelista Martins Terra, defendeu José Ronaldo e fez duras críticas ao trabalho do Ministério Público (MPGO) e do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), por meio de uma carta.
Entenda o caso
O bispo dom José Ronaldo Ribeiro, quatro padres e o vigário-geral de Formosa são investigados pelo MPGO por um prejuízo superior a R$ 2 milhões aos cofres da Igreja Católica em Formosa (GO). De acordo com denúncias de fieis e padres que não faziam parte do esquema o dinheiro de dízimos, doações e de taxas de celebrações foi usada na compra de uma fazenda de gado e uma casa lotérica, entre outros bens.
Em março deste ano, durante a Operação Caifás, policiais civis e militares prenderam o bispo, cinco pares, dois empresários e um funcionário da Cúria. Na casa do monsenhor, apreenderam dinheiro escondido no fundo falso do guarda-roupa, além de dezenas de relógios e aparelhos eletrônicos e importados.
As investigações começaram em 2015, no entanto, no ano passado, fieis denunciaram ao MPGO que as despesas da casa episcopal de Formosa, onde o bispo mora, passaram de R$ 5 mil para R$ 35 mil. Todos os investigados negam o envolvimento no esquema.