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| Em 4 anos atrás

Biden é recomendado a suspender acordos com governo Bolsonaro; presidente do Ifag afirma que impacto maior não é no bolso, mas à imagem do Brasil

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O Portal BBC News publicou, nesta quarta-feira (3), uma matéria em que relata informações contidas em um dossiê recebido pelo presidente dos Estados Unidos da América (EUA), com recomendações para que haja congelamento de acordos, negociações e alianças políticas com o Brasil, enquanto Jair Bolsonaro estiver na Presidência.

O site afirmou que o documento de 31 páginas, escrito por professores de dez universidades, além de diretores de ONGs internacionais como Greenpeace EUA e Amazon Watch, condena a aproximação entre os EUA e o Brasil nos dois últimos anos e aponta que a aliança entre Donald Trump e Jair Bolsonaro colocou “Washington como um parceiro confiável na luta pela proteção e expansão da democracia”. Há quatro meses, no entanto, Joe Biden já havia criticado o desmatamento no Brasil. 

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O texto afirma, ainda, que “a relação especialmente próxima entre os dois presidentes foi um fator central na legitimação de Bolsonaro e suas tendências autoritárias” e recomenda que o presidente dos EUA restrinja importações de madeira, soja e carne do Brasil, “a menos que se possa confirmar que as importações não estão vinculadas ao desmatamento ou abusos dos direitos humanos”.

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O coordenador do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado, no entanto, afirmou, em entrevista ao Diário de Goiás, que a relação do Brasil, de forma geral, é mais importante para os EUA do que para o Brasil.

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“Nós importamos muito mais para os americanos, do que compramos. No último ano (2020), essa relação foi negativa. Ou seja, importamos mais de dois bilhões de dólares do que exportamos”, pontuou. 

Leonardo explicou que a pecuária “não pode nunca ser colocada como principal desmatador”, pois, na verdade “o país acaba sendo muito importante na preservação ambiental” e alegou que, pelo contrário de como está, esta discussão deveria ser levada para o ambiente técnico-científico.

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“Muito nos preocupa essa questão logica. Abafar muito as questões que devem ser realmente colocadas, por exemplo, soja, a gente não exporta soja para os EUA, né?! Suco de laranja e café, por exemplo, são muito área de floresta. E a pecuária não pode nunca ser colocada como principal desmatador, porque na verdade não é. Na verdade o pais acaba sendo muito importante na preservação ambiental. Então a grande preocupação nossa com relação a isso é essa discussão ser levada para o ambiente ambiental e não para o ambiente técnico-científico”, disse.

O coordenador do Ifag explicou, ainda, que se de fato ocorrer a interrupção, os produtos brasileiros conseguem ter mercado em outras localidades, pontuando que o estado de Goiás trabalha muito com a exportação de açúcar, carne, café, suco de laranja, dentre outros. “São produtos que a gente consegue ter mercado. Têm países, como a China, que demanda muito da nossa produção”, ressaltou.

Leonardo afirmou que não só a questão balança comercial deve ser considerada, “mas sim todo o impacto com a imagem do País”. “Os EUA é um dos mais importantes países e muito do que eles falam e publicam acaba se tornando um conceito mundial”, explicou.

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