O advogado Hélio Bicudo, que morreu nesta terça-feira (31), aos 96 anos, será lembrado pelo colega de profissão Miguel Reale Júnior como símbolo de ética, coragem cívica e espírito público.
“Ele foi um militante contra a ditadura do governo militar e no fim da vida veio a tomar uma posição firme contra uma outra forma de ditadura, que foi o descalabro do governo Dilma Rousseff”, diz Reale Júnior.
Ao lado de Bicudo e da advogada Janaina Paschoal, Reale Júnior foi autor do pedido de impeachment da então presidente, em 2016. Para ele, a morte do colega encerra uma história de coerência, de alguém que ajudou a fundar o PT (Partido dos Trabalhadores), mas depois “se viu eticamente impossibilitado de permanecer em um partido que estava imerso na corrupção”.
Bicudo deixou a legenda em 2005, na época do escândalo do mensalão.
Outras pessoas do universo político, movimentos e entidades ligadas à advocacia e aos direitos humanos se manifestaram sobre a morte do advogado. Confira:
“O Brasil perdeu hoje Hélio Bicudo, um homem notável. Ao longo de sua vida, pudemos conhecer toda sua trajetória de defesa dos valores democráticos. Minhas sinceras condolências aos seus familiares”, escreveu Michel Temer (MDB), presidente da República.
“Minhas condolências e sentimento à família de Hélio Bicudo pela perda de um brasileiro democrata e grande defensor dos direitos humanos”, publicou a senadora Marta Suplicy (MDB-SP), que teve Bicudo foi vice dela na Prefeitura de São Paulo (2001-2004).
“Parte um Herói brasileiro! Meus agradecimentos ao nosso Grande Hélio Bicudo! Todo meu amor! Toda minha admiração! Toda minha gratidão! Sem ele, eu não teria conseguido. Que Dona Déa [sua mulher] o receba com flores. Peço a cada um uma oração, conforme a respectiva religião, em sua intenção”, escreveu a advogada Janaina Paschoal, autora ao lado de Bicudo do pedido de impeachment de Dilma Rousseff.
“Hoje recebemos a triste notícia do falecimento do dr. Hélio Bicudo. Obrigado, dr. Hélio, por tudo o que você fez pelo Brasil”, publicou o Movimento Vem pra Rua, um dos apoiadores dos protestos de rua em favor do impeachment de Dilma Rousseff.
“Nossa convivência com Hélio foi curta, porém profícua; a despeito de divergências ideológicas claras para todos nós, deixamos diferenças de lado e conduzimos em conjunto uma construção democrática que viabilizou um processo de impeachment íntegro e célere”, escreveu o MBL (Movimento Brasil Livre), um dos apoiadores dos protestos de rua em favor do impeachment de Dilma Rousseff.
“Recebi com muita tristeza a notícia do falecimento do dr. Hélio Bicudo, que, ao final da vida, reviu com honestidade e franqueza seus posicionamentos ideológicos para se juntar a milhões de brasileiros, pedindo o fim de um regime corrupto e nefasto. Me impressionava a enorme disposição do dr. Hélio para estar junto com o povo naquele momento difícil, apesar da idade avançada”, afirmou, via Twitter, Fernando Holiday (DEM-SP), vereador paulistano e membro do MBL (Movimento Brasil Livre).
“Seu físico pequeno escondia um gigante moral, um gigante humano, de infinito destemor, que enfrentou sem medo o esquadrão da morte em plena ditadura militar. […] Foi um dos nomes mais importantes do país na luta contra a pena de morte, tornando-se referência internacional na defesa dos direitos humanos”, publicou Roberto Livianu, promotor de Justiça e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção. (Folhapress)
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