Dois dias após o anúncio que não seguiria à frente da seleção brasileira de vôlei após 16 anos, Bernardinho esteve em, quadra para dirigir o Rexona-Sesc contra o Valinhos pela Superliga Feminina. E após a vitória por 3 a 0, o treinador falou sobre sua saída e revelou um pacto com o “homem lá de cima” para deixar a equipe nacional.
“Em certo momento da Olimpíada, fiz um pacto. Não sou muito religioso, mas pedi para me ajudar um pouco a sair de uma situação e falei que, se fizesse isso, prometia que iria embora. Então você não pode fazer uma promessa com o homem lá de cima e não cumprir. Estava na hora de cumprir. Eu deveria ter saído logo depois para evitar tudo isso (carinho da torcida). Eu fico constrangido, mas ao mesmo tempo muito grato por tudo isso”, afirmou.
Durante os Jogos Olímpico do Rio de Janeiro, o Brasil esteve perto de ser eliminado ainda na primeira fase, mas conseguiu a reação, passou de fase e depois caminhou com segurança para o bicampeonato olímpico.
“Ainda preciso respirar um pouco, dar um tempo. Ainda estou machucado, mas é o certo a ser feito. Não posso pedir mais nada depois de tudo que conquistei”, afirmou.
O treinador também fez um agradecimento especial ao ponteiro Murilo, que foi cortado do grupo que disputou a Olimpíada e logo depois anunciou a sua aposentadoria da equipe nacional. Após o anúncio da saída de Bernardinho, o jogador fez diversos elogios no Twitter e mostrou a sua gratidão.
“Agradeço a cada pessoa que convivi nesse período, peço desculpas a quem fiz sofrer, aqueles que cortei, mas no fundo todos sabem que tentei fazer o melhor. Recebi mensagens muito gratificantes, como a do Murilo, que foi cortado agora, e para mim isso é o mais importante. Agora tenho a oportunidade de responder a ele (Murilo), em cadeia nacional, e agradeço tudo o que ele fez e a grandeza que teve por ter me agradecido”, disse o treinador.
Assim como já havia dito Bruninho, Bernardinho disse que não esperava pela entrada de Renan Dal Zotto como o seu sucessor. Para ele, o nome ideal seria o de Rubinho, seu assistente na equipe nacional.
“O Renan é um cara que entende tudo, é um amigo, irmão, e terá sempre o meu apoio incondicional. Mas, não era a primeira opção, não era o natural que nós estávamos planejando para dar continuidade no trabalho que vinha sendo feito. Eu preparei um sucessor, o Rubinho, espetacular, que era quem eu imaginava que fosse. Criei até uma expectativa nele. Eu não imaginava o Renan, porque era um dirigente. A escolha foi da confederação, que terá meu apoio sempre. E o Renan é uma cara maravilhoso, vai fazer um grande trabalho”, disse
(FOLHA PRESS)