O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central surpreendeu o mercado e anunciou nesta quarta-feira (11) a redução da taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, para 13,00% ao ano.
É o terceiro corte seguido da taxa e a primeiro acima de 0,25 ponto percentual, dentro do atual ciclo de afrouxamento monetário.
A redução de 0,75 ponto percentual nesta quarta-feira era esperada por apenas 4 dos 48 economistas consultados pela agência Bloomberg. A maioria (43) esperava queda de 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, e apenas um estimava corte de 0,25%, para 13,50% ao ano.
O corte de 0,50 ponto percentual na primeira reunião do Copom de 2017 também era projetada pelos economistas ouvidos pelo BC no boletim semanal Focus, divulgado na última segunda-feira (9).
Os motivos que levaram o mercado a aguardar um corte mais amplo dos juros são o declínio da inflação e a demora na recuperação da economia.
Na manhã desta quarta-feira, foi divulgado o IPCA de 2016. O índice oficial de inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 6,29%, abaixo do centro das estimativas de analistas ouvidos pela Blooomberg, que era de 6,34%. Foi a primeira vez desde 2014 que o índice oficial de inflação ficou abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%.
Dados mais fracos da atividade econômica consolidaram nos últimos dias as apostas de corte de pelo menos 0,50 ponto da Selic, como a produção industrial de novembro, que ficou abaixo das expectativas. O indicador, divulgado na semana passada pelo IBGE, cresceu apenas 0,2% na comparação com outubro, contra estimativas de alta de 1,3%.
Além disso, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou no mês passado que a autoridade monetária iria intensificar o ritmo de corte da taxa básica de juros em janeiro se a atividade econômica permanecesse fraca, conforme indicou a ata da reunião do Copom de 30 de novembro.
Folhapress