Pessoas que estavam sendo mantidas como reféns na cidade de São Miguel do Araguaia foram libertadas na madrugada desta quinta-feira (14). Bandidos fortemente armados explodiram caixas eletrônicos. Uma mulher foi morta na ação.
As informações iniciais são de que 15 pessoas foram feitas reféns. Cerca de 10 criminosos chegaram à cidade no fim da noite passada em carros e motos em posse de diversos armamentos pesados.
Pelo menos duas agências bancárias do Banco do Brasil e do Bradesco ficaram destruídas após a ação.
De acordo com a Polícia Militar, os reféns foram usados para que os autores conseguissem fugir. Uma mulher de 27 anos, identificada como Vivianny Costa, foi morta pelos bandidos. A advogada era funcionária do Ministério Público de Goiás, segundo o promotor de justiça, Fernando Krebs. A informação também foi confirmada pela PM.
Houve troca tiros entre a PM e os suspeitos e três reféns ficaram feridos de raspão.Os ladrões fugiram com destino a cidade de Luiz Alves. Durante a fuga queimaram a caminhonete usada na ação e usaram um outro carro para deixar a cidade.
O bando teria se dividido na ação e os reféns foram liberados nas saídas da cidade. Os prédios onde ficam as agências tiveram as estruturas danificadas.
A Polícia Militar informou que foi encaminhado reforço para a região. Estão sendo realizadas buscas nas rodovias que podem ser utilizadas como rota de fuga.
Veja imagens filmadas por moradores da cidade:
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Segundo a Polícia Civil, equipes Antirroubo a banco, Antissequestro e GT3 foram deslocados para o município ainda na madrugada e já deram início as investigações, com apoio da Delegacia Regional de Porangatu. A operação tem a coordenação do delegado Thiago Damasceno.
Segundo informações do Delegado Gilson Mariano, responsável pela comunicação da Polícia Civil, a ação dos criminosos em São Miguel do Araguaia teria durado cerca de uma hora. De acordo com ele, os criminosos não explodiram os caixas eletrônicos das agências e sim, os cofres. Os bancos ficaram destruídos e muito dinheiro foi danificado, mas ainda não se sabe o valor roubado pelos assaltantes.
Conforme explicação do delegado, esse tipo de ação criminosa está conhecida como “Novo Cangaço”. Nessas situações, as ações são violentas, os bandidos têm armas pesadas, explosivos, realizam ações audaciosas e causam pânico nas populações. Gilson Mariano ressaltou que as polícias de estados como Mato Grosso e Tocantins já foram informadas do assalto e colaboram nas buscas.
Cerca de 20 policiais entre militares e civis trabalham nas investigações para que a quadrilha seja presa. De acordo com Gilson Mariano, os grupos chamados de “Novo Cangaço” agem de forma violenta e audaciosa para impor respeito da população, que fica aterrorizada.
“A gente já conhece esse tipo de atuação. De fato, é uma coisa chocante. É um poderio de armamento que não é visto em outras quadrilhas que cometem outros tipos de crimes, então choca e causa um medo muito grande na comunidade, e a gente sabe da potência bélica, digamos, desse tipo de criminoso”, disse.
Além dessa mobilização de equipes de Goiânia para São Miguel do Araguaia, as Polícias Civis de outros estados já foram comunicadas sobre o fato para que ajudem nas investigações, caso o grupo tenha saído de Goiás.
“Estamos mantendo contato com eles até porque não descartamos a possibilidade de que esse grupo tenha entrado nesses estados, de Mato Grosso, Tocantins. Então, as PC vizinhas já estão cientes do que está acontecendo. Temos um canal de contato praticamente imediato”, explicou.
Na tarde desta quinta-feira, o coronel Urzeda, que também fará parte da ação, informou, em entrevista à Rádio 730, que a operação será realizada por tempo indeterminado. “Não tem hora de terminar. Tanto porque a nossa preocupação não é somente prender essas pessoas, é também trazer sensação de segurança a essa população que está assustada com os fatos”.
Coronel Urzeda ressaltou ainda pelo fato de a quadrilha ter matado uma refém, o trabalho das polícias será mais intensificado. “Porque quando há um dano só patrimonial, é lógico que temos que investigar, mas quando há sangue em jogo, a situação é bem diferente. Eles sabem que tanto a Polícia Militar e a Civil, nós vamos tentar dar uma satisfação à sociedade o mais rápido possível”.
Atualizada às 16h27