Falta divulgação e poucas pessoas sabem, mas os bancos adotaram, em 10 de fevereiro, um normativo da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) que pode ser definido como uma cartilha de novas regras, mais flexíveis, para tratamento e negociação de dívidas.
Os principais objetivos são ajudar o consumidor endividado a regularizar sua situação e promover a educação financeira. Segundo o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), em maio o número de inadimplentes no país passou dos 63 milhões.
Entre as novas regras, os bancos devem disponibilizar canais específicos para receber ou propor acordos de negociação de dívidas, considerando a situação e as possibilidades de cada cliente. Esse diálogo deve ser ainda mais flexível em caso de contratempos ou fatalidades, como desemprego, redução da renda, doença grave, divórcio ou morte.
“A adoção desse ‘manual’ de boas práticas é uma iniciativa dos próprios bancos para tratar o consumidor com um pouco mais de dignidade. Não é uma lei, mas está no rumo certo”, define Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). “Só acho que ainda falta os bancos comunicarem seus clientes, com ênfase, sobre essas mudanças que foram adotadas”, comenta.
Com aproximadamente cinco meses desde que o normativo da Febraban entrou em vigor, Marcela diz que é cedo para querer avaliar as mudanças. “Mas vejo pontos positivos, como o princípio da transparência. Além de apresentarataxa de juros, por exemplo, é preciso mostrar a contaeexplicar a aplicação prática, para o cliente poder entender”, diz. “A educação financeira média dos brasileiros é insipiente, muitos não sabem fazer algumas contas.Eisso também sugere que não basta os bancos mudarem sua postura se o consumidor também não fizer sua lição de casa e começar a ter mais planejamento e controle.”
Canais de negociação:
Via de mão dupla:
Resolução de problemas:
Ações preventivas:
Tratamento especial:
Educação financeira:
(Folhapress)