O banco central argentino anunciou nesta sexta-feira (4) o terceiro aumento de juros em uma semana para tentar conter a forte desvalorização do peso argentino em relação ao dólar. A taxa, que tinha sido elevada nesta quinta-feira (3) para 33,25%, agora subiu para 40%.
Em comunicado, o banco central argentino diz que, diante da dinâmica verificada no mercado cambial, em que o peso se desvalorizou, nesta quinta-feira, em relação a outras moedas de emergentes, decidiu adotar uma série de medidas para estabilizar o mercado.
No ano, o peso argentino é a moeda que mais se desvaloriza em relação ao dólar, considerando uma cesta de 31 principais divisas do mundo. A queda é de 15,2%. O real aparece em quinto, com depreciação de 6,2%.
O dólar mais forte aumentará o custo da dívida externa argentina. A dívida total do país subiu desde a posse do presidente Mauricio Macri, já que ele recorreu a esse método para financiar seu programa econômico “gradualista”, cujo objetivo é reduzir o imenso déficit fiscal da Argentina.
Além do aumento da taxa básica de 33,25% para 40%, o banco central também anunciou aumentos em outras taxas de juros, como a de sete dias e a de um dia.
A partir de 7 de maio (segunda), os bancos terão que diminuir a posição máxima de dólares que podem manter em seu poder. A posição líquida de moeda estrangeira terá que passar de 30% para 10%, o que poderia levar os bancos a venderem divisas próprias para se adequar ao novo limite, segundo o jornal argentino Clarín.
O banco central disse ainda que vai continuar operando com todas as ferramentas de intervenção no mercado cambial.
A autoridade monetária afirmou que tomou as decisões com o objetivo de evitar comportamentos instáveis no mercado cambial, “assim como para garantir o processo de desinflação”. O banco central argentino disse ainda estar pronto para agir novamente se for necessário. (Folhapress)