TÁSSIA KASTNER SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os bancários devem votar nesta quinta-feira (6) a proposta de aumento salarial dos bancos, que pode colocar fim à mais longa greve da categoria desde 2004, quando trabalhadores do setor público e privado passaram a negociar em conjunto. Nesta quinta, a paralisação da categoria chega ao 31º dia.
A Fenaban (braço sindical da Febraban, entidade que representa os bancos) ofereceu, em rodada de negociação realizada nesta quarta (5), aumento salarial de 8% mais o pagamento de um abono de R$ 3.500. O vale-alimentação será reajustado em 15%, enquanto o vale-refeição e o auxílio-creche terão aumento de 10% neste ano.
Os bancos propuseram, ainda, que o acordo fosse por dois anos. Em 2017, os bancários terão aumento real de 1%.
O acordo prevê também o abono de todos os dias parados dos trabalhadores, mas isso está condicionado à volta ao trabalho ainda na sexta-feira (7).
A campanha salarial dos bancários se iniciou em agosto. Eles pediam reposição da inflação e mais um aumento real de 5%. Os empregadores ofereciam apenas 6,5% e mais o pagamento de um abono de R$ 3.000.
Apesar da duração da greve, é a primeira campanha em anos que os trabalhadores não conquistam aumento real. Segundo a Fenaban, a maior parte dos trabalhadores já garantiria a reposição da inflação, com o pagamento do abono. Mas esse abono não é incorporado ao salário.
No ano passado, os bancários haviam parado por 26 dias e receberam aumento real de 0,11%, o menor em seis anos.
REPERCUSSÃO
No auge da greve, mais de 13 mil agências foram fechadas, o equivalente a 57% dos pontos de atendimento, segundo acompanhamento da Contraf (confederação que representa os trabalhadores do setor financeiro).
No entanto, a maior parte dos serviços bancários já é realizada pelos canais eletrônicos de atendimento, o que diminui o impacto da greve sobre a população.