O ex-deputado federal por Goiás e secretário licenciado da Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, afirmou que, depois de ser preso em operação da Polícia Federal na semana passada, vai refletir sobre sua continuidade na vida pública.
Baldy, em entrevista à Folha de S. Paulo, negou que cometeu os crimes investigados na Operação Dardanários e citou a exposição que sofreu com a prisão, considerada por ele desnecessária.
“Eu tenho dois filhos, um de 15 e uma de 13. Tenho a minha mulher. Há uma exposição de onde você mora, de toda a sua vida pessoal. Foi algo realmente desnecessário do ponto de vista legal, constitucional, completamente excessivo e abusivo. É o momento de refletir se vale a pena estar na vida pública”, pontuou.
Baldy asseverou que sua família foi contrária à sua entrada na política e garante que não precisa de cargos. ““Eu não preciso da vida pública. Eu sempre faço a doação dos meus salários, sem transformar isso em promoção pessoal. Todos os meus familiares sempre foram contrários a eu estar na vida pública. Justamente pela exposição, pelo risco que ela traz nessas questões de adversidades entre grupos políticos”, disse.
Investigação
O ex-ministro das Cidades foi citado em uma delação premiada feita por empresários da área da saúde em 2019. Ex-gestores da Organização Social (OS) Pró-Saúde teriam repassado um total de R$ 1,4 milhão, em dinheiro vivo, para que Baldy facilitasse pagamentos do governo goiano ao Hospital de Urgências da Região Sudoeste (Hurso), em Santa Helena.
Além disso, aponta a investigação, quando era deputado federal, de 2014 a 2019, Baldy teria dirigido a contratação de uma empresa deles, a Vertude, por órgãos públicos comandados por seus afiliados políticos. Baldy reforçou à Folha que não recebeu dinheiro, “ajudou ou participou”.
O secretário licenciado do governo paulista foi solto por determinação do ministro Gilmar Mendes, na madrugada de sábado.