Nesta quinta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgou dados sobre a estimativa da produção goiana de cana-de-açúcar para safra 2022, que é de 75,3 milhões de toneladas, número 3,6% superior à safra 2021 (72,6 milhões). Sobre o impacto dessa estimativa divulgada para o produtor e para o consumidor, o Diário de Goiás conversou com o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária em Goiás (IFAG).
Para o analista técnico do IFAG, Alexandro Alves, o aumento na produção de cana-de-açúcar em Goiás para a safra 2022/2023, já era esperado em decorrência dos bons volumes de chuva que o estado teve desde o ano passado, a partir do mês de outubro. “O clima acabou colaborando com a produção de cana-de-açúcar, e, em consequência, a produtividade foi muito boa”, pontuou.
Alves destaca que, diante desse cenário, a expectativa para o produtor é muito positiva. “Agora vai depender muito do comportamento do clima de agora em diante, a chegada das primeiras chuvas, o que vai impactar a próxima safra. Para essa safra, as condições foram muito boas, e a expectativa realmente é de aumento na produção e para o produtor também não é diferente. Temos aí a matéria prima que é produzida pela própria indústria, pela própria usina e aquela produzida pelos canavieiros, produtores independentes, então, de certa forma, o cenário é bem favorável a esse aumento de produção”, avalia.
Para o consumidor, o analista técnico avalia que a expectativa sempre é de preços menores, mas reforça que o preço do produto, no caso que o consumidor faz uso, que é o açúcar e o etanol nas bombas de combustível, não depende só do fator ‘produção’. “É um fator [a produção], que colabora sim para a diminuição do preço, porque quando há um aumento da oferta de matéria prima, consequentemente vai existir um aumento de oferta, tanto do etanol quanto do açúcar. Então há essa tendência natural da diminuição de preços ao consumidor, mas é importante lembrar que esse não é o único fator”, destaca Alves.
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Ele cita outros fatores responsáveis pelo preço final do produto. “São vários. Há os fatores mercadológicos, do mercado internacional, dólar, políticas internas, processo eleitoral, questão tributária. São diversos elementos que podem colaborar para um aumento ou diminuição de preço para o consumidor, mesmo que o aumento da produção possa, sem dúvidas, trazer um vislumbre da diminuição do preço para o consumidor”, finaliza.