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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Auditoria revela que maioria dos Pontos de Cultura estão irregulares

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Diagnóstico do progresso dos Pontos da Cultura indica que quase 90%, dos 3.600 projetos em andamento estão irregulares. Os Pontos de Cultura integram a Política Nacional de Cultura Viva, programa que prevê acesso a verbas para atividades culturais em redes vulneráveis.

Secretária da Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC) do Ministério da Cultura, Débora Albuquerque solicitou o diagnóstico assim que assumiu o posto, em janeiro. Albuquerque disse à Folha que “nesse primeiro momento, o esforço está sendo todo nesta questão para que possamos oxigenar os pontos de cultura”.

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Os recursos do Ministério da Cultura destinados aos Pontos de Cultura não são repassados diretamente para as unidades; eles são enviados ao município ou Estado correspondente e a partir daí distribuídos para os segmentos. Porém muitos desses repasses não acontecem; é o caso, por exemplo, do Distrito Federal, que recebeu recursos para 200 incentivos, mas distribuiu apenas o correspondente a 20.

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“Isso desencadeia uma série de problemas, porque o dinheiro fica preso na conta de convênio”, afirmou a secretária. Segundo Albuquerque, isso acontece porque o município ou Estado não consegue aderência de projetos. Ou seja, no caso do Distrito Federal, 180 outros projetos poderiam ter sido beneficiados, caso se houvessem cadastrado no programa.

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Cada ponto pode receber R$ 60 mil anualmente, mas, para que esse repasse aconteça, é preciso que o projeto preencha determinados critérios. “Isso é fácil de ser atingido, o maior problema é na divulgação deste edital e na mobilização para que este edital tenha aderência”, explicou a secretária.

Outro problema recorrente, de acordo com Albuquerque, é a prestação de contas, uma vez que os pagamentos são realizados em parcelas, que só são liberadas mediante a prestação de contas referente às parcelas anteriores.
Para Albuquerque, é difícil indicar responsáveis por este problema. Mas, segundo a secretária, desde o início da implantação dos Pontos de Cultura, em 2005, a iniciativa funciona de forma errática. De acordo com Albuquerque, o problema do programa residiu até agora na falta de acompanhamento. “Minha leitura é que não havia nenhum planejamento, que o importante era formalizar.”

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BLOQUEIO DE VERBAS

A partir deste cenário, Albuquerque afirma que projetos passarão por repactuação de convênio. “A principio, haverá um critério de liberação de recursos. Vamos pagar com o dinheiro que já está lá, chamado ‘dinheiro velho’, as parcelas dos pontos de cultura que estão caminhando.”

META PARA 2020

O programa prevê que, até 2020, 15 mil Pontos de Cultura sejam impulsionados. “Falar nessa meta e nesse cenário é complicado. Não sei se vamos conseguir isso. É uma meta muito ousada e temos a preocupação de fomentar verdadeiramente a cultura de base periférica e fazer com que os convênios que já estão em andamento aconteçam”, diz a secretária.

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