A audiência de instrução e julgamento de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, teve início às 9h15 desta terça-feira, 24, na Justiça Federal de Goiás. A expectativa para o primeio dia é de que se ouçam 14 testemunhas, de defesa e acusação, envolvidas da Operação Monte Carlo. Quase três horas após a abertura, o primeiro depoente, Fábio Alvarez, ainda é interrogado. A sessão é comandada pelo juiz Alderico Rocha, acompanhado dos procuradores Daniel Rezende e Lea Batista, além dos advogados de defesa dos réus.

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Participam da audiência, além do próprio Cachoeira, que chegou à Justiça Federal às 8h20, Lenine Araújo, suposto gerente do grupo financeiro da contravenção, Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, Wladimir Garcez, José Olímpio de Queiroga Neto e Raimundo Washingont de Sousa e Queiroga, apontados como participantes do esquema no Entorno de Brasília e Gleyb Ferreira Da Cruz.

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Nas laterais, familiares e convidados. Andressa Mendonça e Sebastião Almeida, pai do contraventor, acompanham os trabalhos. Andressa deu entrevista rápida antes do início da audiência, quando enfatizou a postura “caridosa” do seu marido. “Ele é um homem bom que ajuda muito as pessoas. Espero que tudo aconteça da melhor maneira”, disse.

O primeiro inquerido, Fábio Alvarez, é agente da Polícia Federal que participou da Operação Monte Carlo desde o início do recolhimento das provas, em 2010, até a deflagração o momento. Durante seu depoimento várias interrupções foram provocadas pelos advogados de defesa que tumultuam a audiência.

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Fábio Alvarez confirma a participação de Queiroga Neto no vazamento das informações sigilosas de investigações da PF, e de Carlos Cachoeira como líder da “quadrilha” dos jogos de azar. O agente fala também da complexidade do esquema que envolve uma hierarquia bem organizada, infiltrados na própria Polícia Federal, e com Lenine e Idalberto atuando de maneira incisiva na interlocução entre membros do esquema.

O depoente afirma que Lenine fazia a ligação entre o grupo de Goiânia e Anápolis com o grupo do Entorno do DF. Wladimir era o interlocutor entre policiais e Cachoeira, informando movimentos investigativos. Fábio confirma ainda que existia um “mensalão da contravenção”. “Um pagamento era realizado, normalmente pelo Dadá, para delegados da polícia civil e militar. Existiam outros gerentes, que trabalhavam para o Lenine, que também atuavam no repasse dos valores mensais.”

Fábio enfatiza que a existência das casas de jogos era de conhecimento geral nas regiões onde eram instaladas. Os procuradores encerram os questionamentos e a palavra é concedida aos advogados dos réus.

Quem inicia os questionamentos é advogada de Cachoeira, Dora Cavalcante. Suas perguntas se restringem à metodologia utilizada pela polícia para garantir a autoria dos áudios. A defesa insististe na desqualificação das provas utilizadas no processo e questiona as autorizações para acesso à sites pariculares e sistemas de contabilidade.

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