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Atirador mata embaixador russo na Turquia e invoca guerra na Síria

 

MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) – O embaixador russo em Ancara, a capital da Turquia, foi morto nesta segunda (19) por um atirador que gritava o nome de Aleppo. Andrei Karlov, 62, discursava na abertura de uma exposição de fotos sobre a Rússia numa galeria de arte quando foi atingido nas costas por disparos. O atirador era, segundo as autoridades locais, um membro da polícia, mas ele não estava a serviço. Houve ao menos três feridos.

Um vídeo divulgado na internet mostra o momento do disparo e o atirador, vestindo terno e gravata escuros, gritando “Allahu akbar” (Deus é maior, em árabe).

Ele também citou Aleppo, pedindo que a cidade síria não seja esquecida e justificando seu ataque como uma vingança. “Qualquer um que participe dessa opressão vai morrer”, afirmou em turco.

“A não ser que nossas cidades estejam seguras, você não vai ter segurança. Só a morte pode me tirar daqui.”

O atirador disse ainda: “Nós somos aqueles que juraram lealdade [ao profeta do islã] Maomé e à jihad”.

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Essa frase é tradicionalmente utilizada em cânticos islâmicos, incluindo hinos da organização terrorista Jabhat Fateh al-Sham (antiga Nusra), ligada à rede Al Qaeda. As fotografias do atentado mostram o homem gritando e gesticulando, enquanto segura a arma. O embaixador está caído, no chão.

A imprensa turca Anadolu diz que o atirador foi morto após o ataque e que a galeria de arte foi cercada pelas forças especiais. Sua mãe e irmã foram detidas poucas horas depois do atentado.

ALEPPO

A Rússia bombardeou Aleppo, cercada pelo Exército sírio, durante os últimos meses, o que pode ter motivado o atirador de Ancara.

O regime sírio avançou na cidade na semana passada. Um acordo mediado pela Rússia e pela Turquia tem permitido a retirada de moradores da área sitiada há meses.

Não estava claro, até a conclusão desta edição, se havia alguma organização envolvida na ação contra o embaixador, mas a milícia terrorista Estado Islâmico realizou ataques contra alvos turcos nos últimos meses.

Houve também ataques a bomba de milícias curdas na Turquia e uma tentativa de golpe militar em julho.

Desde então, o governo turco tem detido milhares de opositores no Judiciário, na polícia e em universidades públicas. A Turquia culpa o clérigo exilado Fetullah Gülen pela tentativa de golpe.

DIPLOMACIA

Rússia e Turquia haviam se reaproximado recentemente, após um período de estranhamento, mas seus líderes ainda defendem visões opostas no conflito sírio. A Rússia apoia o regime de Bashar al-Assad, enquanto a Turquia defende a insurgência que enfrenta o ditador desde março de 2011.

A fronteira entre a Turquia e a Síria foi especialmente importante para a passagem de militantes armados, durante os últimos anos, como os membros da organização terrorista Estado Islâmico.

O atrito entre os países teve seu ápice em 2015, quando a Turquia abateu um jato russo, acusando o país de ter violado seu espaço aéreo. Moscou negou a invasão.

A morte do embaixador ocorre na véspera de uma reunião entre os chanceleres da Rússia, do Irã e da Turquia em Moscou para discutir a situação síria. O encontro não foi cancelado.

Karlov havia ajudado a mediar o acordo para a retirada de moradores de Aleppo, na semana passada, além de ter participado da reaproximação entre Rússia e Turquia no início de 2016.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou durante o dia que o país considera a morte do embaixador como um ato terrorista e que “os assassinos serão punidos”.

Vladimir Putin, presidente russo, conversou com Recep Tayyip Erdogan, sua contraparte turca, sobre o ataque.

À televisão, Putin disse que o assassinato do embaixador “é uma provocação com o objetivo de minar o processo de paz na Síria”.

Ambos os países afirmaram que o atentado não irá prejudicar as suas relações. Segundo o jornal americano “The New York Times”, houve raros casos de assassinatos de embaixadores russos. Pode ter sido a primeira vez desde que Pyotr Voykov, embaixador soviético na Polônia, foi morto em Varsóvia em 1927, afirma o diário.

Marcley Matos

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