Uma dupla explosão em Cabul, capital do Afeganistão, matou pelo menos 25 pessoas nesta segunda-feira (30), incluindo 9 jornalistas que foram ao local depois da primeira detonação e aparentemente foram atacados por um homem-bomba. O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelas duas explosões na capital.
Em um outro incidente, a BBC disse que um repórter seu afegão foi morto a tiros em um ataque na província de Khost, no leste do país. O diretor do serviço mundial da BBC, Jamie Angus, disse que a morte de Ahmad Shah, 29, que trabalhava para a rede havia mais de um ano, era uma perda devastadora.
Em um terceiro ataque, um suicida usando um veículo atacou forças militares estrangeiras na província de Kandahar, no sul do país, matando 11 crianças que estudavam em uma escola religiosa próxima, disse a polícia.
Ao todo, foram 37 mortos nos atentados recentes.
A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras disse que nove jornalistas morreram no ataque em Cabul e seis ficaram feridos. Segundo a ONG, 36 jornalistas morreram no país em ataques do Estado Islâmico ou do Taleban desde 2016.
Os ataques ocorreram uma semana depois que 60 pessoas foram mortas enquanto esperavam em um centro de registro de eleitores no oeste de Cabul, reforçando a situação de insegurança na capital apesar das repetidas promessas oficiais de reforçar a proteção.
Os jornalistas, incluindo uma mulher, eram todos afegãos e foram mortos na segunda explosão em Cabul enquanto esperavam em um cordão de segurança a várias centenas de metros de distância do local do primeiro ataque.
A segunda explosão ocorreu cerca de meia hora depois da primeira.
Entre os jornalistas mortos, sete eram de veículos afegãos: dois repórteres da TV Mashal, um cinegrafista e um repórter que trabalhavam para a 1TV, dois repórteres da Rádio Azadi e um da Tolo News, segundo o Comitê de Segurança de Jornalistas Afegãos.
A agência de notícias francesa France Presse disse que seu principal fotógrafo no Afeganistão, Shah Marai, foi morto no ataque.
Pelo menos seis jornalistas também ficaram feridos. Um fotógrafo da Reuters ficou levemente ferido por estilhaços.
Os Estados Unidos condenaram o ataque aos “corajosos jornalistas”. “Quando a mídia está em perigo, todos os outros direitos humanos estão sob ameaça”, disse a embaixada americana em Cabul em comunicado.