Ataques aéreos israelenses contra a faixa de Gaza em retaliação a disparos de foguetes a partir do enclave mataram dois palestinos neste sábado (9), em nova onda de violência que começou após decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, na quarta-feira (6).
Com isso, já são quatro palestinos mortos desde sexta (8), que havia sido declarado “dia de fúria” pela facção islâmica radical Hamas.
Neste sábado, militantes lançaram ao menos três foguetes contra cidades israelenses da faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas.
“Aeronaves da IAF [Força Aérea Israelense] alvejou quatro estruturas pertencentes à organização terrorista do Hamas na faixa de Gaza: dois locais de fabricação de armas, um armazém de armas, um complexo militar”, disseram as Forças Armadas de Israel em nota.
Uma fonte do Hamas confirmou que os dois homens mortos pertenciam ao grupo. Na sexta, soldados israelenses que tentaram conter protestos com gás, balas de borracha e tiros mataram um palestino perto da fronteira de Gaza. Pouco depois, uma pessoa morreu em decorrência de ferimentos nos protestos.
Os protestos no sábado foram menos intensos que os de sexta e de quinta (7).
Cerca de 60 jovens palestinos jogaram pedras contra soldados israelenses na fronteira entre Gaza e Israel. Segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa foi ferida por tiros israelenses.
Em Belém, na Cisjordânia, palestinos incendiaram pneus e arremessaram pedras contra soldados israelenses.
Em Jerusalém Oriental, cerca de 60 pessoas fizemos protesto próximo à Cidade Velha. A polícia montada israelense e a polícia da fronteira tentou dispersar os manifestantes com gás.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, não receberá o vice-presidente americano, Mike Pence, que visita Israel e os territórios palestinos neste mês.
“Não haverá encontro com o vice-presidente americano na Palestina”, afirmou Majdi al Khalidi, conselheiro diplomático de Abbas. “Com essa decisão sobre Jerusalém, EUA ultrapassou todas as linhas vermelhas.”
A decisão de Trump de transferir de Tel Aviv para Jerusalém a Embaixada dos EUA também desagradou aos países árabes e à maioria da comunidade internacional. (Folhapress)