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Categorias: Cidades
| Em 5 anos atrás

Associação diverge de delegado sobre extravasor em barragem rompida

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Representantes da Associação dos Consultores Ambientais do Estado (ASCEG) se reuniram na tarde desta segunda-feira (6) e se posicionaram sobre o rompimento da barragem em Pontalina, fato ocorrido no último sábado 4. Representantes da associação divergem de pontos destacados pelo delegado de Meio Ambiente, Luziano de Carvalho. Para a responsável técnica pela Outorga da barragem, Rosane Gama, o curso d’água não estava obstruído e não suportou pois foi uma chuva acima da normalidade.

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Luziano de Carvalho havia declarado que o extravasor (tubulação usada para escoar um casual excesso de água) que foi parcialmente tampado. Rosane Gama disse que uma chuva como a de sábado era difícil prever, pois foi um grande volume em pouco tempo. Choveu 192 milímetros em torno de oito horas. Ela argumenta que em dezembro, havia uma estiagem.

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Para Rosane, trata-se de um evento fora do normal, uma chuva forte neste período, pois no final do ano houve uma seca prolongada e isso deve ter contribuído para que o proprietário não baixasse o nível da barragem.  A associação informou que a barragem foi construída desde 1989 e que em 2012, houve o pedido de outorga feito e que foi informado a área de Meio Ambiente de que havia a obstrução parcial do extravasor.

“Depende do que poderia ser ato deliberado. Já existia, e a Secretaria já tinha conhecimento que o extravasor estava coberto com tábuas para que pudesse elevar o nível de água acumulado na bacia, eu não chamo isso de ato deliberado. Ela não estava obstruindo o caminho da água. Ela tinha 1,30 metro de vão livre, então tinha espaço para verter muita água em uma chuva normal”, declarou Rosane Gama.

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Rosane Gama afirma que foi a responsável pelos cálculos de volume da água do local. Sobre a responsabilização, Rosane diz que só será possível apontar por falhas após a análise concreta dos laudos. Ela avalia que a falta de um responsável técnico relativo a estrutura não foi o fator determinante para o rompimento da estrutura. A barragem rompida é classificada como tamanho médio, ela tinha área de 11 hectares e 8 metros de profundidade.

O presidente da ASCEG, Domingos Ganzer, afastou a responsabilidade criminal no caso, ele avaliou que ocorreram diferentes danos, mas que na época que a barragem foi construída não havia legislações mais específicas como nos dias atuais, principalmente após as tragédias em Mariana a Brumadinho. De toda forma, Ganzer entende que o proprietário tem responsabilidade sobre a parte estrutural da barragem.

“Tem que ter muita responsabilidade para identificar o responsável, tudo isso precisa ter muito cuidado, como será conduzido”, argumento Ganzer.

A Associação destacou que Goiás possui cerca de 10 mil barragens, a maior parte feita sem atender qualquer tipo de regras. Desse total, a ASCEG aponta que pouco mais de 1 mil teriam outorgas. Em termos de legislação estadual houve uma portaria publicada no ano passado para cadastramento de barragens, mas com o compromisso de que ela seria reeditada até 27 de dezembro.

Lei relativa sobre o assunto foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Goiás no dia 6 de dezembro, mas ainda não foi sancionada pelo governador Ronaldo Caiado.

Saneago

Domingos Ganzer explicou que o rompimento da barragem nada tem a ver com o alagamento na casa de máquinas no ponto de captação de água da Saneago em Pontalina. Ele argumentou que a barragem está situada numa ponta da cidade e a área de captação que foi atingida está em outra área.

“Houve a notícia da captação da Saneago, mostramos que a barragem está do lado oeste, enquanto o ponto de captação está do lado oposto. Não foi a barragem que provocou o alagamento, foi a forte chuva”, avaliou.

Multa

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que o valor da multa inicial para o dono da represa que rompeu em Pontalina pode chegar a R$ 90 mil. Esse valor, segundo a Secretaria, não inclui os danos ambientais e estruturais e nem as indenizações pessoais, que serão calculados posteriormente.

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