O presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta quarta-feira (31) que parte da rejeição ao seu governo acontece porque as pessoas “não vão com a sua cara” e pediu que os eleitores façam uma “análise fria” de sua gestão.
“Às vezes, as pessoas não vão com a minha cara. Dizem ‘não vou com a cara desse Temer’. Não tem problema. O problema é analisar de maneira fria o que está sendo feito no meu governo. Pegamos uma recessão medonha”, disse Temer.
As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia, e seguem a estratégia do presidente de tentar melhorar sua imagem e a de seu governo.
Desde a última semana, Temer participou de programas populares de televisão e rádio.
Na entrevista, concedida ao radialista e ex-prefeito de Salvador Mário Kértesz, Temer elencou as reformas e principais projetos aprovados em sua gestão e afirmou que não há motivos para partidos aliados deixem o governo. Disse que siglas como o DEM -que ensaia um afastamento- devem “desfrutar dos bons frutos” de sua gestão.
O presidente voltou a afirmar que não tolerará denúncias e acusações contra ele e que “está combatendo” a imagem de que esteja “envolvido em falcatruas”.
“Este ano, não vou tolerar acusações de que estou envolvido em falcatruas. Estou combatendo isso. São acusações falsas. As pessoas que disseram isso estão na cadeia ou desmoralizadas”, disse o presidente, repetindo declaração feita em entrevista à Folha de S.Paulo em 20 de janeiro.
PREVIDÊNCIA
O presidente defendeu a aprovação da reforma da Previdência, a qual classificou como “bastante suave”, ainda em fevereiro deste ano. E afirmou que se a população estiver convencida que a reforma é importante, os deputados votarão a favor.
Disse que a proposta não mexerá na aposentadoria rural nem na aposentadoria dos menos favorecidos: “Só tem vantagem para os mais pobres”.
Afirmou ainda que quer encerrar a sua gestão aprovando “certa simplificação tributária” e com a aprovação a de propostas que combatam o desemprego.
Temer ainda comentou a condenação do ex-presidente Lula (PT) em segunda instância no caso do triplex, afirmando que a derrota política do petista seria “mais útil” do que a derrota judicial.
“Se ele pudesse participar e fosse derrotado -não estou propondo aqui uma vitória dele-, politicamente seria muito melhor”, disse.
Ao ser questionado sobre os candidatos da sua base, Temer evitou falar sobre outros presidenciáveis e disse que só discutirá eleições a partir de março ou abril.