O ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) passou por um constrangimento durante solenidade na manhã desta quarta-feira (13), na Câmara dos Deputados. O vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG), se recusou a cumprimentá-lo e o chamou de “bosta” e “merda” na frente de todas as outras autoridades.
Estavam presentes, entre outros, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O desentendimento começou quando os políticos presentes se preparavam para começar a solenidade em qua a Câmara formalizou compromisso de repassar aos cofres do Tesouro Nacional R$ 221 milhões arrecadados com a venda da administração da folha de pagamento da Casa.
“Você é um bosta, um merda”, repetiu algumas vezes Ramalho após recusar o cumprimento do ministro de Temer.
Após a solenidade, o deputado disse que Imbassahy “não respeita deputado”.
“O Temer é que é o real articulador político do governo. Eu disse a ele [Imbassahy] que ele não vale nada, não tem um voto na Câmara. Ele cuida muito do dele, e esquece deputado. Só pensa nele, só faz coisas pra ele. Faz uma pesquisa aí entre os deputados. Aí eu disse: ‘Vai se catar’.”
Ramalho não especificou quais demandas exatamente teriam sido frustradas no seu contato particular com o ministro.
Em fevereiro o deputado já havia ameaçado romper com Temer afirmando que o presidente parecia ter “ódio” de Minas. O motivo, na época, era a escolha de Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça e não de um peemedebista de Minas.
Pouco depois, entretanto, Ramalho teve pleitos atendidos no governo e voltou às boas com Temer. Ele o acompanhou, inclusive, na recente viagem do presidente à China.
Na saída do evento, Imbassahy, que é deputado federal licenciado (do PSDB da Bahia), não quis comentar o episódio.
O governo atribui a insatisfação de Ramalho a uma disputa por cargos no Ministério das Cidades. O deputado esteve no Palácio do Planalto esta semana para cobrar espaços na pasta, mas não conseguiu ser atendido por Imbassahy.
Segundo integrantes do governo, ele se irritou ao tentar abordar o ministro enquanto ele deixava o gabinete, sem sucesso. (Folhapress)