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Categorias: Mundo
| Em 6 anos atrás

Aproximação de Mercosul e Aliança do Pacífico é resposta a recaídas isolacionistas, diz Temer

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A aproximação de Mercosul e Aliança do Pacífico é uma resposta do livre-comércio a “recaídas isolacionistas”, disse o presidente Michel Temer nesta terça-feira (24), em discurso antes da assinatura de uma declaração conjunta para firmar as bases de um acordo comercial futuro entre os dois blocos.

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Temer participou do primeiro encontro em nível presidencial dos dois blocos, realizado em Puerto Vallarta (México).

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A reunião foi marcada por baixas e particularidades dos dois lados. No Mercosul, foram duas ausências -os presidentes da Argentina e do Paraguai- e um governante próximo a terminar o mandato -o próprio Temer. Na Aliança do Pacífico, dois líderes também estão em vias de deixar o cargo -o colombiano Juan Manuel Santos e o mexicano Enrique Peña Nieto.

Ainda assim, a intenção dos oito países participantes era marcar uma posição contra o aumento do protecionismo no mundo, cujo maior expoente são os Estados Unidos.

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Desde que o republicano Donald Trump assumiu a Casa Branca, no início de 2017, adotou medidas comerciais controversas, como a renegociação do acordo de livre-comércio com México e Canadá (Nafta) e, mais recentemente, uma disputa comercial com a China.

“O processo de aproximação entre os países do Mercosul e da Aliança do Pacífico, já em si mesmo relevante, adquire significado especial na atual conjuntura”, afirmou Temer.

Segundo ele, em cenário internacional “infelizmente marcado por tensões econômicas e geopolíticas”, os dois blocos buscam passar uma mensagem de abertura comercial e responsabilidade. “Em tempos de recaídas isolacionistas, empunhamos a bandeira do livre comércio, da integração, da democracia”, indicou o presidente.

O presidente afirmou que não se faz política olhando pelo retrovisor “nem aplicando fórmulas equivocadas do passado”. “Olhamos para o futuro e buscamos inserção competitiva de nossos países na economia mundial”.

O passo concreto nessa maior integração foi a assinatura de uma declaração conjunta entre os dois blocos com o compromisso de aprofundar a relação bilateral de forma a conseguir um amplo acordo de livre-comércio.

No documento, os países reafirmam “o compromisso com a preservação e o fortalecimento do sistema multilateral de comércio, baseado em regras, aberto, não discriminatório e equitativo no marco da Organização Mundial do Comércio.”

Defendem o compromisso em fomentar o livre-comércio e o regionalismo aberto, sem barreiras comerciais desnecessárias, “evitando o protecionismo”, para inserirmos eficientemente no mundo globalizado.

“Assinamos uma declaração, um acordo de livre-comércio, entre os vários países. E nas várias manifestações verificamos um grande entusiasmo, no turismo, na área acadêmica e na cooperação econômica”, afirmou Temer.

Também foi definido um plano de ações com acompanhamento semestral em temas como agenda digital, facilitação de investimentos, cultura e academia. O texto contempla a não aplicação de barreiras não tarifárias que dificultem o comércio entre os países da Aliança do Pacífico e do Mercosul.

Prevê a realização de um estudo sobre as cadeias produtivas na região e ampliar a cooperação regulatória, além da facilitação do comércio de serviços, a promoção comercial e de pequenas e médias empresas. 

Acordos

Brasil e Mercosul saem da cúpula com alguns acordos debaixo do braço. Nesta terça, os governos brasileiro e chileno anunciaram a renegociação de um acordo para ampliar o livre-comércio bilateral. Com o Peru, também houve negociação envolvendo investimentos e compras governamentais.

Com o presidente mexicano, Temer conversou na segunda-feira sobre a possibilidade de exportação de arroz ao país, e de importação de feijão mexicano. Também quer aumentar a cota de frango brasileiro vendido ao México, hoje em 300 mil toneladas até 2019 -o Brasil já comercializou em torno de 240 mil toneladas.

Os países assinaram ainda um acordo para ampliar a cooperação trocar informação para evitar crimes aduaneiros.

Na segunda, Mercosul lançou negociação de acordo de livre-comércio com Singapura, em pacto que deve abranger comércio de bens e serviços, investimentos e propriedade intelectual, entre outros assuntos. Também assinou com a Colômbia um protocolo para ampliar o comércio de serviços.

O presidente brasileiro agora vai para Joanesburgo, África do Sul, onde participa de uma cúpula dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Lá, Temer terá um encontro bilateral com o presidente chinês, Xi Jinping, com quem vai tratar sobre comércio de carne. Há ainda a possibilidade de um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, para debater vendas de carne. (Folhapress) 

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