Em Assembleia realizada na manhã deste sábado (03/04), os motoristas do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia decidiram decretar greve no serviço operacional a partir da meia noite da próxima sexta-feira (09/04). “O objetivo principal neste momento é a priorização da vacina”, afirmou o presidente do Sindicato Intermunicipal de Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), Sérgio Reis, em entrevista ao Diário de Goiás.
Reis quer a garantia que o governador Ronaldo Caiado (DEM) e os prefeitos da região Metropolitana destinem um percentual das vacinas para a categoria. “Tanto o prefeito como o governador tem uma porcentagem de priorização para destinar a serviço essencial como entenderem. Aparecida por exemplo vacinou coveiros, garis, que a gente entende que também é essencial. Nós já ultrapassamos uma média muito alta de contaminações e óbitos. Somos 4 mil trabalhadores e mais de 300 contaminados. Ontem, o número que eu recebi era de mais de 20 mortos”, lamenta, justificando a greve do serviço de ônibus.
Se houver uma sinalização das autoridades que os motoristas da Região Metropolitana serão inseridos já nas próximas etapas do Plano de Imunização, uma nova assembleia poderá ser convocada e o presidente não vê nenhuma dificuldade em cancelar a suspensão do serviço. O que não dá é para continuar como está. “Não vejo problemas em interromper a greve”, destaca.
Reis explica que o trabalhador do transporte está exposto de diferentes formas ao contágio. “Por exemplo, o motorista não pode recusar dinheiro, por exemplo. Se o passageiro chega e quer pagar com dinheiro, o motorista tem que pegar. Ter contato com a cédula. O dinheiro é um dos principais contaminantes que espalham o coronavírus. O motorista deveria parar de pegar esse dinheiro, devia ser vacinado. Devia ser protegido.”
Diretor-financeiro do Sindicoletivo, Carlos Albertos Santos também destaca o abandono das empresas. “Os motoristas têm que comprar suas máscaras. Até o fornecimento do álcool é tão lenta que o motorista compra seu álcool em gel”, relata”.
Ele cita ainda que o motorista acaba tendo a função de fiscal para garantir que passageiros descumpram as normas em vigor no transporte coletivo. “Quando está na rua quem faz fiscalização é o motorista. Além de vendar passagem, tem que brigar com passageiro que quer entrar e não pode, com quem não quer usar máscara”, conta.
O diretor financeiro explica ainda casos de agressões. “Quando o ônibus sai para fazer a rota, a gente encontra os usuários com seus próprios problemas. Há agressões verbais, passageiros irritados e as pessoas encontram o motorista de ônibus para despejar sua raiva”, lamenta.
A reportagem do Diário de Goiás aguarda resposta do Governo do Estado sobre as reivindicações dos motoristas com relação a priorização da vacina. A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia destacou que o novo lote de vacinas que recebeu neste sábado (03/04) serão aplicadas exclusivamente em pessoas que já receberam a primeira dose e que não há previsão de abertura de novos grupos prioritários. Eles ressaltam que tem atuado em sinergia com o Governo do Estado, seguindo todas as orientações recebidas da Saúde Estadual.