Vice-presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo (Setransp), Décio Caetano define a situação do segmento como “preocupante” após o não reajuste da passagem, em resposta às manifestações de rua, e ainda a implantação de programas como o Ganha Tempo, que deve ser suspenso após decisão judicial motivada por ação do Setransp.
Em entrevista ao Jornal Realidade, da Vinha FM, ele admitiu que o Ganha Tempo é uma política tarifária “interessante”, mas defendeu planejamento para que ele seja executado. O vice-presidente ainda afirmou que, hoje, as empresas estão “à deriva” e pediu apoio do poder público em busca de soluções para essa crise.
Confira abaixo os principais pontos da entrevista:
- Nós estamos tentado mostrar, desde agosto de 2013, o desequilíbrio econômico e financeiro que passa o transporte. Essa situação se agravou com a implantação do Ganha Tempo. Essa é uma política tarifária interessante e que nós sempre defendemos, mas da forma que ela foi colocada, em um momento de crise, ela não está se sustentando. Por isso, a Justiça determinou que, até 10 de janeiro, a prefeitura determine uma fonte de custeio e se não for feito isso, será suspenso.
- O transporte hoje está a deriva. Nós não temos nem um interlocutor para discutir essa crise. Estamos desde novembro sem ter com quem discutir os problemas do transporte. Nos resta só judicializar essas questões e buscar a reparação das divergências desses problemas.
- Existe muita fraude de pessoas que estão vendendo os benefícios do Ganha Tempo, nós identificamos uma, mas temos informações de ambulantes que estão vendendo. Nas cidades que implantaram essa política, ela sempre é associada com um mecanismo de acesso, como a biometria. Nós esperamos que, após essa suspensão, esse programa seja retomado com controle.
- Em março temos a convenção coletiva e no nosso entendimento é impossível falar em qualquer reajuste para os trabalhadores do transporte. Nem com o salário atual, as empresas estão dando conta. A situação é preocupante.