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Categorias: Cidades
| Em 8 anos atrás

Após surto de infecção, clínica de hemodiálise em Goiânia pode ser reaberta na 6ª feira

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A clínica em que ocorreu um surto de infecções na última semana poderá voltar a funcionar na próxima sexta feira (15). De acordo com a Vigilância Sanitária Municipal, laudos apresentados até o momento indicam que foram tomadas providências. Nesta quinta está prevista uma reunião e na sexta a Vigilância fará nova vistoria no local para saber se o estabelecimento está em condições ou não de ser reaberto. As autoridades da área Sanitária ainda não têm respostas do que realmente ocorreu, resultando na infecção de 35 pacientes. Uma morte está sendo investigada.

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Recomendações

O gerente de Fiscalização e Projetos da Vigilância Sanitária, Dagoberto Costa, explicou que foram realizadas pela Nefroclínica, ações corretivas e preventivas de segurança do paciente, monitoramento microbiológico da água, estratégias de controle da contaminação do sistema, além de adoção de medidas de precaução para interrupção do surto e apresentação de relatório técnico que comprove a confiabilidade das máquinas de hemodiálise, inclusive dos filtros e das membranas de osmose reversa.

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Até o momento três laudos foram concluídos e analisados pela Vigilância Sanitária e indicaram que não há problemas na água e nos equipamentos utilizados para hemodiálise. Nesta quinta (14) está prevista a conclusão de outro laudo, desta vez por parte do Laboratório Central (Lacen) do governo estadual.

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“A primeira recomendação foi mais básica é um controle efetivo da qualidade da hemodiálise para retomada do atendimento aos pacientes. A segunda foi a montagem do comitê de controle de segurança do paciente na clínica. Todas as precauções quanto a troca de alguns insumos, não uso de outros, troca de equipamentos, com ciência total da Vigilância quanto aos processos e procedimentos para retomada das atividades”, explicou.

Contaminação

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Quatro pacientes passaram mal no último dia 4. Ainda na mesma data foi realizado um trabalho de desinfecção. No dia 5, 20 pacientes passaram mal, um deles um idoso de 84 anos que morreu na madrugada seguinte. Outros 10 pacientes tiveram reação alérgica posterior. No dia 6 a clínica por conta própria não atendeu nenhum paciente e funcionou até por volta do meio dia do dia 7, quando a Vigilância Sanitária interditou a clínica.

Procedimentos considerados falhos estão sendo analisados. A Vigilância Sanitária ainda não tem a resposta dos problemas que resultaram no surto infeccioso. Dagoberto Costa afirmou que foram encontradas durante análise feita a presença de Endotoxina, que é produto de uma bactéria morta.

Ao fazer hemocultura em alguns pacientes, ou seja, a coleta de sangue para ser analisado, foram detectadas a presença de duas bactérias (Burkholderia cepacia e Stenotrophomonas Maltophilia).

“As bactérias são ambientais, presentes na água. Houve problema devido a própria debilidade do paciente. Quando ele vai realizar uma hemodiálise, ele já está com algum problema mais grave. Ele já tem outros acometimentos de saúde que o levam a ficar mais susceptível a este tipo de infecção”, ressaltou.

A suspeita neste momento é que foi realizado um trabalho de desinfecção para matar as bactérias, por isso foi encontrada Endotoxina, mas algumas podem ter permanecido e causado algum tipo de reação nos pacientes.

“Essa pergunta a gente ainda está em investigação. O que aconteceu do dia 4 para o dia 5 foi feita uma desinfecção do equipamento após o início de surto, em que quatro pacientes tiveram problemas e no dia 5 um maior acometimento de pessoas que realizaram hemodiálise na clínica. A gente precisa investigar o que foi feito neste primeiro tratamento, do dia 4 para o dia 5”, destacou.

Negligência

De acordo com Dagoberto Costa, a clínica deveria ter informado o problema imediatamente e não informou. Tudo foi descoberto através de denúncia anônima realizada no dia 7.

“A principal não conformidade da clínica foi não ter alertado os órgãos de controle, a Vigilância Sanitária e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, isso pode ter resultado em sanção a ela. A comunicação deveria ter sido feita imediatamente e a Vigilância descobriu a partir de denúncia.

Nenhuma multa até o momento foi aplicada por parte da Vigilância Sanitária, pois todas as análises sobre o caso ainda não foram concluídas.

“A penalidade mais grave administrativa que a Vigilância Sanitária pode incorrer ao estabelecimento que descumpre as normas é a interdição, a clínica foi interditada por estes dias e vai reabrir quando conseguir cumprir todas as normas e mostrar que há capacidade para funcionamento. Não foi aplicada multa até o momento”, argumentou.

Reabertura

Dagoberto ainda destacou que após o surto aparentemente a situação já foi normalizada. “A gente acredita que com todos os laudos apresentados, talvez na sexta-feira ela já retornará as atividades. Já foram feitos vários protocolos. Ela vai intensificar o processo de segurança do paciente. Monitoramento e controle de qualidade da água já estão sendo feitos. Laudo de controle de qualidade da água está tudo dentro da normalidade”, informou.

O gerente explicou que a interdição da clínica causou sobrecarga em outras unidades que oferecem hemodiálise a pacientes. Pessoas que precisavam passar, por exemplo, por quatro horas pelo procedimento, estão ficando um período menor, o que pode resultar em problemas na saúde dos pacientes.

“Hoje tivemos um problema muito grave em Goiânia. Como a clínica teve de ficar com o atendimento suspenso acabou sobrecarregando outras clínicas de Goiânia e até de Aparecida. Há hoje falta de atendimento adequado para toda a população que precisa de hemodiálise, por isso a vigilância sanitária tem feito esforços para clínica retomar o atendimento porque senão pode até propiciar mais mortes, o que é indesejado. A sociedade está apreensiva, os pacientes de Hemodiálise estão muito apreensivos. Isso causa um prejuízo grande para todos”, disse.

Infectados

Dos 35 pacientes, seis precisaram ser internados. Até o início da tarde desta quarta-feira (13), três pessoas ainda estavam em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e duas permanecem internadas. Todos apresentam quadro clínico estável.

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