Em audiência na Justiça Federal após ser preso, o empresário Wesley Batista, sócio do grupo JBS, reclamou de sua detenção e atacou o Ministério Público Federal. “Não sei que crime cometi. Começo a achar que o crime foi ter assinado um acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República. Pergunto se o crime que cometi foi ter me tornado colaborador”, afirmou Wesley.
Após ouvir o empresário, o juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, acatou pedido da defesa de Wesley e determinou que ele permaneça preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal na capital paulista.
Em geral, as pessoas detidas em regime de prisão preventiva pela PF são transferidas para instituições carcerárias estaduais, mas em seu despacho o juiz afirmou que a manutenção de Wesley na superintendência deve ocorrer “diante da pessoa e da causa”.
A prisão na manhã desta quarta-feira (13) fez parte da segunda fase da Operação Tendão de Aquiles, que investiga, desde junho, se os irmãos Batista se beneficiaram de seu acordo de delação para lucrar no mercado financeiro, fazendo reservas.
A prática, no mercado, é apelidada de “insider trading”. Documentos apresentados pela JBS à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) mostram que pessoas ligadas aos irmãos Batista venderam R$ 200 milhões em ações da empresa alguns dias antes da divulgação do acordo com a PGR, em 17 de maio deste ano. (Folhapress)