As páginas de um documento confidencial em que o Grupo Globo teria comprovado o assédio de Marcius Melhem sobre Dani Calabresa e outras mulheres, após investigações, foram divulgadas pela coluna LeoDias, do portal Metropoles. O documento, segundo os jornalistas Leo Dias e Daniella Magalhães, que assinam o texto, teria sido enviado à Delegacia Especializada de Atendimento À Mulher, em 31 de janeiro deste ano.
Ainda de acordo com os jornalistas, o documento encontrado diz sobre a existência e funcionamento da Área de Compliance (área especializada da Globo para denúncias de assédio) e cita como, com base no Código de Ética e Conduta, Melhem teria “infringido” tais regras.
O fato, que tornou-se público em 2019, também por conta da coluna de Leo Dias que publicou acusação da comediante Dani Calabresa, segundo tal documento, também não era de conhecimento da Globo até ser divulgado na internet. “No presente caso, cumpre destacar que a Globo apenas tomou conhecimento das alegações de assédio envolvendo o ora investigado [Melhem] por ocasião da publicação de uma matéria jornalística pelo colunista Léo Dias”, consta do documento.
“Após o término do referido período de afastamento, a Globo decidiu pela rescisão do contrato de trabalho, entendendo que, diante da constatação de violação ao Código de Ética e Conduta do Grupo Globo pelo Sr. Marcius Melhem, a manutenção do contrato de trabalho tornou-se insustentável, considerando que a postura adotada pelo mesmo não condiz com os princípios e valores da empresa”, também consta no documento, em referência ao afastamento de Melhem da emissora. Por fim, nas redes sociais de Leo Dias, o colunista publicou imagens do referido documento.
Em nota encaminhada ao Diário de Goiás, o ex-diretor do núcleo de humor da Globo, Marcius Melhem, diz que a coluna do jornalista em nenhum momento o procurou e afirma que não há nada de ”exclusivo” num documento requentado da segunda matéria da Piauí.
Ainda de acordo com Melhem, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher terminou a investigação sem indiciá-lo, e ele não virou réu. Marcius completa ainda que sai elogiado pela Globo com todos os seus direitos respeitados.
Nota de Esclarecimento:
“A coluna sequer me procurou, mas em respeito aos seus seguidores acho importante informar que não há nada de exclusivo num documento requentado da segunda matéria da Piauí. Basta ler o documento para ver que em nenhum momento diz ali que eu fui punido por assédio. Até a piauí assume isso. Em trecho da reportagem, a revista destaca que “não há menção expressa a ‘assédio sexual’ ou ‘assédio moral’ no conteúdo acessado pela piauí, e a carta da diretora do Compliance não explica quais foram as ‘práticas abusivas’ do humorista”.
Também é ignorado o contexto do documento e o fato de o compliance “recomendar” atitudes que sequer foram tomadas.
Vale também lembrar que o compliance só trabalha com relatos e em segredo. Não houve produção de provas e eu sequer tive acesso a saber quem eram as pessoas que me acusavam. Tudo muito diferente da justiça.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher terminou a investigação sem me indiciar e até hoje sequer virei réu. A exposição da carta requentada e que foi oferecida antes a pelo menos duas jornalistas é um ato desesperado. Infelizmente o jornalista acreditou ter algo exclusivo.
Como a própria Globo divulgou em agosto de 2020, cinco meses depois do compliance eu saio de comum acordo, elogiado pela empresa e com todos os meus direitos respeitados.
Essa interpretação da carta tenta dizer que a Globo mentiu à época. E seria no mínimo uma insanidade a Globo dizer à justiça que mentiu ao seu público”
Marcius Melhem