Primeiro, o candidato republicano venceu por dez votos. Depois, uma recontagem deu vitória aos democratas por um voto na terça (19). Mas no dia seguinte, a Justiça decidiu que a eleição para uma vaga na Assembleia Estadual da Virgínia na verdade terminou empatada.
Agora um sorteio vai decidir quem venceu a eleição do 94º distrito do Estado, se o republicano David Yancey ou a democrata Shelly Simonds.
A disputa ganhou ainda mais importância porque vai definir qual partido vai comandar a Assembléia. Se Yancey, que busca a reeleição, ficar com a vaga, seu partido terá maioria de 51 a 49 na Casa. Mas se Simonds ganhar, as duas siglas ficarão com 50 deputados e terão que negociar para passar seus projetos.
A saga da votação começou com a eleição estadual do dia 7 de novembro. Apoiados na rejeição contra o presidente americano Donald Trump, que é republicano, os democratas elegeram o novo governador, Ralph Northam, e planejavam recuperar a maioria na Assembleia, que tinha maioria republicana de 66 a 34 -o Senado estadual, controlado pelos republicanos, não estava em disputa.
Quando os resultados foram divulgados, porém, os republicanos mantiveram a maioria pela margem mínima. E no mais disputado dos distritos, Yancey venceu com apenas dez votos de vantagem sobre Simonds, em um universo com pouco mais de 23 mil votos.
Por isso, os democratas recorreram e pediram uma recontagem, que acabou anulando alguns votos, dando a vaga para Simonds.
A decisão, porém, tinha que ser confirmada por um painel de três juízes -todos indicados pelos republicanos- que se reuniram por duas horas na quarta-feira (20) para analisar alguns votos que estavam sob júdice.
A comissão decidiu que um dos votos tinha sido anulado incorretamente e decidiu incluir ele novamente, declarando o empate final: 11.608 votos para cada candidato.
A legislação da Virgínia define que em casos assim, a vaga deve ser decidida na sorte, mas não especifica um método. A tendência é que os nomes sejam colocados em um papel e sorteados de uma tigela. Mas nem isso pode ser definitivo, já que quem perder pode pedir uma nova recontagem.
Além disso, os democratas já anunciaram que pretendem recorrer da decisão dos juízes.
“Estamos analisando nossas opções legais e vamos lutar por um resultado justo”, disse a liderança do partido em nota.
A desavença acontece porque o eleitor do voto da discórdia marcou tanto o nome de Yancey quanto o de Simonds na cédula, mas depois riscou o nome da democrata -para os juízes, isso indicou que ele preferia o republicano.
Já Yancey comemorou a decisão e afirmou estar feliz que “todos os votos tenham contado”.