Após dois anos, Procissão do Fogaréu é realizada em Goiás com milhares de fiéis

Os fiéis e vilaboenses mataram a saudade da Procissão do Fogaréu. Após mais de dois anos sem festa por conta da pandemia de covid-19, a tradicional celebração foi retomada na madrugada desta quinta-feira (14), nas ruas da cidade de Goiás.

Milhares de pessoas acompanharam a procissão. Os farricocos já deram o ar da graça logo na saída, na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte. Os 40 encapuzados seguiram acompanhados pela multidão na Praça do Coreto, Rua Moretti Foggia e no Largo do Rosário.

Rodeados por fiéis, eles chegaram finalmente à escadaria do Santuário de Nossa Senhora do Rosário para a encenação da última ceia.

A trajetória seguiu até a Igreja de São Francisco de Paula, onde houve um discurso e bênção do bispo emérito da cidade, Eugênio Rixen. Depois, toda a multidão voltou pela Praça do Coreto e terminou a procissão onde ela começou, na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte.

O governador Ronaldo Caiado participou do evento e comemorou o retorno da celebração presencial. “Vocês não imaginam a minha alegria em estar aqui hoje, tem um sabor diferente. Estamos voltando a realidade, saindo de um pesadelo com esse momento de confraternização”.

O prefeito Aderson Gouvea também esteve presente. “A Procissão está abrindo o tempo para que a gente possa abraçar um ao outro e a cidade de Goiás se abre com toda sua beleza e exuberância”, disse.

Já reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do estado, a celebração, segundo Caiado, deveria ser também Patrimônio Imaterial do Brasil. O governo estadual já fez a solicitação ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que haja o reconhecimento.

A Procissão do Fogaréu é realizada há 277 anos em Goiás e simboliza a busca e prisão de Cristo. Foi introduzida no Estado pelo padre espanhol João Perestello de Vasconcelos Spíndola, inspirado em celebrações que remontam à Idade Média. Os farricocos representam os soldados romanos. Os personagens foram inspirados nos penitentes do século XV, que podiam pagar seus pecados sem precisar revelar sua identidade, por isso os trajes longos e o rosto coberto.

Veja fotos da Procissão do Fogaréu pelas lentes de Leoiran