O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou nesta sexta-feira (12) o ex-diretor do FBI (polícia federal americana) James Comey, contra vazamentos de informações confidenciais.
Comey, que comandava uma investigação sobre o suposto conluio entre assessores do republicano e autoridades russas durante a campanha eleitoral, foi demitido nesta semana de maneira abrupta.
“É melhor James Comey torcer para que não haja ‘gravações’ de nossas conversas antes que ele comece a fazer vazamentos para a imprensa!”, disse Trump em um canal oficial. Em ocasiões anteriores, o presidente citou conversas que teve com Comey e afirmou que o então diretor do FBI havia lhe garantido que ele não alvo direto das investigações.
A demissão de Comey na terça-feira (9), ocorrida poucas horas depois de o FBI corrigir declarações de seu então diretor sobre um caso envolvendo a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, provocou uma crise institucional em Washington.
A oposição democrata e até mesmo alguns congressistas republicanos consideram que a decisão de demitir Comey representa um “abuso de autoridade” do presidente e que foi uma tentativa de abafar as investigações do FBI sobre os contatos entre a equipe de campanha de Trump e a Rússia.
Desde o início da crise, o governo Trump tem apresentado justificativas contraditórias para a demissão no FBI.
Enquanto a Casa Branca sustentou que a decisão nada tem a ver com o inquérito sobre a Rússia, o presidente disse em entrevista à rede NBC na quinta (11) que levou em consideração “esta história inventada” sobre a Rússia.
“De novo, a história de que houve conluio entre russos e a campanha de Trump foi forjada pelos democratas como desculpa por terem perdido a eleição”, reafirmou o republicano nesta sexta (12).
Trump também se defendeu das críticas sobre a confusão na narrativa oficial sobre o episódio.
“Sendo um presidente muito ativo e com muitas coisas acontecendo, não é possível que meus subordinados apareçam no púlpito com precisão perfeita”, afirmou o republicano. “Talvez o melhor saída seria cancelar todas as ‘entrevistas coletivas’ futuras e entregar respostas por escrito para primar pela precisão?”
As supostas relações entre auxiliares de Trump e autoridades da Rússia, alvo de investigações no FBI e no Congresso, provocaram turbulências nos primeiros meses do governo do republicano.
Em fevereiro, Trump demitiu o então conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, por ele ter mentido a seus superiores sobre contatos com o embaixador da Rússia em Washington. No mês seguinte, o secretário de Justiça, Jeff Sessions, anunciou seu afastamento das investigações do departamento que chefia sobre a Rússia devido a indícios de que ele havia mantido contato com autoridades do país durante a campanha eleitoral. (Folhapress)