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| Em 5 anos atrás

Após decisão do STF, Hemorrede passa aceitar doação de sangue de homossexuais

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Desde o dia 8 de maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as normas do Ministério da Saúde que limitavam a doação de sangue por homens que tinham relações sexuais com outros homens eram inconstitucionais. Porém, o MS aguardava um acórdão e os hemocentros públicos de todo o País esperavam que essa decisão saísse para alterarem o processo de triagem. A Portaria de Consolidação nº5 do dia 12 de junho passou a excluir o critério que tornada homossexuais inaptos. “A partir desta decisão, todas as unidades da Hemorrede tiveram o seu processo de triagem alterado, excluindo o critério de inaptidão de homens que mantém relações homossexuais”, afirma Ana Cristina Novais, diretora-técnica da Hemorrede.

A decisão é divulgada no mesmo mês em que os homossexuais comemoram o Dia do Orgulho LGBTQI+, no próximo dia 28, que o mundo enfrenta uma pandemia – em que os bancos de sangue sentiram um agravamento considerável de seus estoques – e que os hemocentros de todo o país celebram o Junho Vermelho. 

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“Sangue salva vidas, e ainda não temos nada que possa substituí-lo, precisamos de doadores de sangue frequentes e não podemos confundir uma mudança de critério com falta de segurança nas etapas de doação e no processamento do sangue. Pelo contrário, evoluímos muito nos últimos anos; temos mais tecnologia disponível, seguimos critérios rigorosos na triagem, por isso, podemos receber sangue de qualquer pessoa, independente de sua orientação sexual”, afirma Ana Cristina.

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Ela garante que todas as unidades da Hemorrede são preparadas para receber os doadores, inclusive os da comunidade LBTQI+, e reforça para que todos que forem aos hemocentros agendem previamente suas doações pelo site agenda.hemocentro.org.br ou por telefone 0800 642 0457. “Estamos vivendo o pico de uma pandemia e temos tomado todas as medidas necessárias para a segurança dos doadores. Por isso, pedimos que não façam aglomerações, usem máscara e mantenham o distanciamento dentro das unidades”, reforça. 

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O bibliotecário Adilson Ribeiro comemora a decisão do STF e também a notícia do Hemocentro. “Aos poucos, em passos de formiguinha, a sociedade tem se desconstruído e derrubado esses preconceitos. Doar sangue, e poder dizer com orgulho “Eu sou Gay”, “Eu sou um membro da comunidade LGBTQIA+” é uma forma honrar por aqueles que lutaram no passado, e esses que lutam hoje em dia, pra quebrar esses tabus e conscientizar a sociedade de que uma “pessoa LGBTIA+” é também um cidadão, e tem seus direitos de forma igual aos demais, e não apenas no papel, mas temos o direito e o dever de exercê-los”, comenta.

Quem pode doar?

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Os requisitos básicos para passar pela entrevista pré-doação de sangue são: estar saudável, ter peso acima de 50 kg, apresentar documento com foto válido em todo o território nacional e idade entre 16 e 60 anos – antes de completar 18 anos, é necessária uma autorização dos pais ou responsáveis. A orientação é que doadores acima de 60 anos fiquem em casa, visto que são pessoas do grupo de risco para o novo coronavírus. Quem tomou a vacina da febre amarela deve aguardar 30 dias para fazer uma doação. Já para vacina contra gripe, o prazo é de 48 horas.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.