O candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, anunciou nesta terça-feira (14) que decidiu fazer uma alteração na proposta de tirar o nome de brasileiros da lista de devedores do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
Segundo ele, se ele for eleito, só serão avaliadas as dívidas feitas até o dia 20 de julho deste ano, quando ele abordou pela primeira vez a intenção de renegociar a dívida dos cidadãos inadimplentes, descontando, por exemplo, multas e correção.
De acordo com o candidato, a alteração deveu-se a uma crítica recebida por ele de que pessoas poderiam fazer novas dívidas propositalmente com a expectativa de uma renegociação.
“Essa crítica me chamou a atenção de que não deve valer para a frente para não estimular ninguém a fazer crédito e depois não pagar de propósito”, disse.
À reportagem o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito, havia dito na véspera que, se Ciro não detalhasse a proposta e a deixasse aberta demais, o candidato poderia “sinalizar errado” para a sociedade durante a campanha “de que é só sair gastando que vai ser perdoado depois”.
O candidato do PDT acusou candidatos adversários de copiarem as suas propostas e rebateu análise feita por especialistas e economistas, consultados pela reportagem, de que a iniciativa é vaga.
“Você acha mesmo que eu faria uma proposta que não tenha sido detalhadamente estudada? O problema é que meus adversários estão imitando tudo e eu quero que as pessoas discutam [as propostas]. A crítica para mim não é ruim, é bem-vinda”, disse.
O candidato participou nesta terça-feira (14) de seminário com os presidenciáveis promovido pela Unecs (União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços), em Brasília.
“Tudo o que eu falo agora os meus adversários estão copiando. É uma coisa boa porque as boas ideias devem ser de todos, mas é muito chato na medida que você ainda não ganhou a eleição. O PT chegou a copiar frase e nome. Já não chega ter tido 13 anos para fazer e não ter feito”, criticou.
Além da questão do SPC, ele afirmou que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, copiou dele a promessa de zerar o déficit público nos dois primeiros meses de mandato.
Na apresentação, Ciro defendeu ainda o combate à corrupção e classificou o presidencialismo de coalizão como uma “roubalheira” que torna o presidente um “testa de ferro”.
Sobre o combate à violência, ele defendeu a federalização de crimes relacionados ao narcotráfico e a facções criminosas, “da origem da investigação até a segregação penitenciária”.
“Todo o comando do PCC (Primeiro Comando da Capital) está nos presídios de São Paulo, porque fizeram acordo. Eu assumindo vai todo mundo para penitenciária federal, cela solitária e incomunicável”, disse. (Folhapress)
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