Augusto Aras que esteve à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) desde 2019 encerra seu mandato nesta terça-feira (26) e, até a indicação de um novo nome pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o cargo será ocupado pela subprocuradora-geral da República Elizeta Ramos. Ela, que tem o cargo desde 2009 e foi eleita vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) em 5 de setembro, já foi destaque de uma polêmica curiosa envolvendo o aplicativo de transporte particular Uber.
Em dezembro de 2022, do alto do seu salário, à época, de mais de R$ 40 mil, Elizeta Ramos criticou o serviço de transporte oferecido pela PGR durante uma sessão do CSMPF. Com reunião presidida por Aras, Elizeta declarou que sua reclamação era “bem grande”, pois havia combinado com o serviço da PGR para buscá-la na manhã do dia em questão, mas que havia sido informada que o funcionário estava de férias e, por esta razão, precisou pedir um Uber.
“O transporte na Procuradoria não está funcionando (…) Eu perdi meu motorista por causa de férias. Foram dados três meses de férias direto pra ele, eu não entendo bem como que a administração dá três meses de férias para um motorista e não reverte isso […] será que subprocurador não pode andar de Uber? Claro que pode. Graças a Deus e felizmente. Embora tenhamos muita reclamação em relação a ganhos aqui, na sua administração nós ficamos bem servidos e satisfeitos”, disse Elizeta Ramos à época.
Sobre a relação entre Elizeta e Augusto Aras, na sessão do CSMPF que elegeu a subprocuradora como vice-presidente, ele se referiu a ela como “estimada e querida amiga” e desejou sucesso se houver necessidade de assumir a PGR.
Ainda em relação à vida e ao histórico profissional de Elizeta, ela é natural do Rio de Janeiro, bacharel em direito pela Faculdade de Direito da Universidade Gama Filho e ingressou na carreira do Ministério Público Federal em dezembro de 1989. Na época, foi nomeada para o cargo de procuradora da República, com lotações na Procuradoria da República no Espírito Santo, na procuradoria da República no Distrito Federal e, após promoção por merecimento, na Procuradoria Regional da República da 1ª Região.
Já em 2021, enquanto corregedora do MPF, Elizeta Ramos chegou a determinar a abertura de sindicância para apurar supostas tratativas entre membros da Lava Jato em Curitiba com autoridades americanas e suíças. Ela também já atuou como procuradora Eleitoral substituta, integrante da Câmara Criminal e coordenadora da Câmara de Direitos Sociais e Fiscalização de Atos Administrativos em Geral.
Elizeta ficará, como informado anteriormente, à frente da PGR de forma interina, até que o presidente Lula indique um sucessor para o principal cargo do Ministério Público e, este, seja devidamente empossado.